segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Corporativismo

      As classes sociais começaram a se aglutinar buscando a proteção contra a exploração e os maus tratos, após a revolução industrial. Buscavam conquistar direitos e sair da escravidão.
      A partir do século vinte tudo mudou. A doutrina e ou prática de organização social, com base em entidades representativas dos interesses de categorias profissionais, corporativismo passou a ter uma nova definição: “Ação (sindical, política, etc.) em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse público”.
      As entidades de classe passaram a defender os interesses de seus líderes e de membros influentes acima de qualquer interesse público ou social. Políticos defendem seus adversários contra processos de corrupção ativa e passiva, isentam companheiros e até inimigos, desde que façam parte da corporação “Congresso”, de crimes que nós simples mortais cumpriríamos anos de reclusão. Da mesma forma, o Poder Judiciário Brasileiro assim age. Basta olharmos para os fatos dos promotores e juízes que cometeram crimes inafiançáveis, e estão soltos e recebendo seus salários normalmente.
      Estas corporações conseguem, através de “acordos”, aumentar todos os anos seus salários, bem acima da inflação, mas eles mesmos decidem os aumentos medíocres do salário mínimo.
      Outra dúvida que surge: Estes concursos para preencher vagas nestas corporações, são verdadeiramente livres ou direcionados?
      Até quando e onde a sociedade brasileira permitirá que estas corporações mantenham esta bandalheira? Até quando continuarão acima das leis?

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

...e em dezembro o homem descansou.

      Férias de verão. O sol maravilhoso, as praias lotadas, muita curtição; diversão. Todo mundo aproveitando o que o verão e as festas de final de ano podem oferecer.
Todos?!
      Chega nesta época do ano e verificamos que os políticos, empresários, médicos, dentistas, juízes, promotores, ..., entram em férias. A população mais humilde que já sofre com muitos descasos, passa por mais problemas ainda: agora com a falta de médicos nos hospitais e ambulatórios, falta de atendimento nas delegacias. Tudo pára.
      Tudo?!
      Os profissionais da aviação, dos transportes urbanos, os policiais, bombeiros, os prestadores de serviços como garçons e faxineiros, continuam alí no batente, fazendo hora extra para poder atender as necessidades de suas famílias.
      Sei que é muito bom tirar férias no final de ano, pois os filhos estão de férias das escolas. O que não podemos esquecer é que quando optamos por uma profissão, precisamos ter consciência do que vamos enfrentar.       Por isso devemos estar preparados para escolher outras opções, de tempo e espaço, para curtirmos o merecido descanso com a família.
      O que seria da sociedade se todos tirassem férias em dezembro e janeiro?
      Um caos. Todos sem transporte, sem supermercados, sem restaurantes, sem faxineiras e principalmente sem segurança e atendimento médico. Sobreviveríamos?
      Algumas classes profissionais precisam começar a questionar a forma de agir perante os “agitos” da vida moderna. Precisam deixar para trás antigos vícios e exigências, e passarem a viver como cidadãos normais. Não é por que possuem curso superior ou uma profissão que dá mais status, que podem simplesmente considerar que tudo se adapta a sua vontade e ou a sua forma de viver.
      Se Deus descansou no sétimo dia é por que ele ainda não tinha estes milhões de seres para se preocupar.
      Todos nós precisamos uns dos outros. Quando saímos de férias queremos que o transporte aéreo, rodoviário, ..., esteja funcionando, que os restaurantes funcionem e que sejamos bem atendidos, que se nosso carro estragar tenha um mecânico de plantão, e se por uma fatalidade adoecermos, queremos ter um médico de plantão para nos atender.
      O que não podemos é ficar a mercê do acaso: Entrar em um hospital com um filho nos braços e não sermos atendido, pois o “doutor tal” está de férias e o único plantonista não veio, ou está atendendo outro paciente.
      Se não houver consciência, chegaremos ao dia em que:
      “... e em dezembro e janeiro o homem descansará.”

Publicado no Jornal Parole em jan/2008

E agora?

      Durante mais de dois anos busquei alertar, denunciar “erros no processo administrativo” da atual administração de Apiúna. Entrevistas, investigações realizei, na busca da verdade e para poder fornecer aos leitores informações verídicas, buscando sempre a manutenção da ética.
      Fui condenado pelos operadores da justiça por danos morais, onde uma das expressões utilizadas para a condenação, foi a escrita neste periódico: “O que o Prefeito fala não se escreve”. A alegação foi de que isto deixava posto, que o mesmo era mentiroso. Ao depor na CPI da Câmara de Vereadores o Prefeito Municipal de Apiúna teve todo seu depoimento gravado, e da gravação foi transcrita uma ata. Ao solicitarem sua assinatura, o mesmo “não assinou”, o que gerou constrangimento, e quem assinou a mesma foi seu assessor jurídico. Pergunto: Se eu respondo questionamentos e depois me nego a assinar os mesmos, o que falo pode ser escrito? Além de não poder ser escrito, se eu assinar irei precisar de avalista, como diz um amigo meu.
      Portanto, sem intenção de buscar inspiração poética plagiando o grande poeta Drummond, e nem tão pouco, contribuir na destruição de sua grande obra literária, pois preciso buscar alento para minhas amarguras e para continuar acreditando na justiça, pergunto:
      “E agora José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?”
      E agora?
      Está tudo posto, e eu um simples cidadão continuarei esperando...

Publicado no JCN em dez/2007

Neutro???

      Ascurrenses recebiam em janeiro deste ano o primeiro exemplar do periódico Parole, um jornal voltado a servir a comunidade ascurrense, mas com palavras voltadas a serviço da notícia, trazendo ao cidadão fatos do cotidiano local, regional e estadual.
      Enfrentamos durante todo este tempo, desconfiança de alguns e encontramos o apoio de outros. Amparados em um objetivo, que foi e sempre será, fincar raízes em Ascurra, mas baseados na ética jornalística, conseguimos editar o 12º exemplar, e a edição de janeiro será a comemoração de um ano de existência.
      O que não podíamos prever é que enfrentaríamos censura. Isto mesmo censura por empresários e políticos locais.
      Queriam estes, que o Jornal mantivesse seu editorial neutro. Não falasse mal do Governador, e quando publicamos o processo que corre contra Luiz Henrique, e que este poderia ser cassado, causamos repulsa nos mesmos.
      O que estes ainda não sabem é que vivemos em uma democracia, e um jornal para ser lido precisa noticiar fatos relevantes do cotidiano e principalmente da política, e que a publicidade das empresas devem ser veiculadas onde seja vista e não em periódicos que ficam jogados sobre mesas e balcões.
      Neutro, só sabão...

Publicado no Jornal Parole em dez/2007

A verdade

      Quando publicamos na edição de outubro os depoimentos da CPI, sabíamos que causaria polêmica, mas acreditando sempre, que a veracidade da informação é a maior virtude de um veículo de comunicação, publicamos mesmo assim.
      Os depoimentos foram colhidos durante as sessões abertas, e todos estão dentro da maior fidelidade, para que não possam ser desmentidos e ou deformados, ocasionando dúvidas.
      O que causou estranheza foi que um dos depoentes procurou aconselhamento, na busca de processar o jornal.
      O que este senhor quer esconder?
      Será que por trás desta iniciativa se esconde uma coação?
      Espero que não, pois a liberdade de imprensa ainda existe, mesmo que alguns operadores da justiça tentem inibi-la, e a verdade precisa aparecer, mesmo que isso leve a grandes embates.
      Se todos que forem convocados a depor falarem somente a verdade, não precisarão temer nada e a ninguém, mas se tentarem iludir os cidadãos de bem, nós estaremos buscando os fatos e divulgando-os na íntegra, mostrando assim a verdadeira cara destes, que buscam aproveitar-se de ações e obras públicas.
      Estas possíveis irregularidades foram publicadas por nós quando ocorreram, e hoje a Câmara investiga.
      Esperamos sinceramente que a verdade prevaleça.

Publicado no JCN em nov/2007

Muito blá... blá... blá.

      A mídia catarinense, principalmente os pequenos jornais do interior, através da associação, publicam artigos do Governador Luiz Henrique da Silveira. Artigos estes sobre cultura, história e muita política. Nas entrelinhas o Governador ataca alguns pontos, e ou focos de crítica contra suas ações.
      Nesta semana escreveu sobre o grande artista da cidade de São Joaquim, o pintor Martinho de Haro, que deixou suas obras para nossa apreciação no final dos anos 90. Familiares e colecionadores disponibilizaram mais de 300 das 600 obras para uma lindíssima exposição no MASC -Museu de Arte de Santa Catarina, na cidade de Florianópolis.
      Com um texto muito bem escrito o Governado demonstra conhecimento e alto nível cultural, mas pergunto: O Governador foi ver a exposição do artista?
      Eu fui duas vezes, uma acompanhado do diretor do MASC, professor João, e na outra acompanhado por amigos, onde constatei a falta de consideração das esferas governamentais para com o nosso museu: O Museu de Arte de Santa Catarina.
      Durante a visita chovia e as poças de água se acumulavam pelas amplas salas, colocando em risco as raríssimas e belas obras. Enquanto em frente aos nossos olhos o saudoso Martinho nos fazia viajar pela história, as poças passavam a ser fato da história atual.
      Na mesma viagem visitamos a Catedral de Florianópolis, O Palácio Cruz e Souza e os monumentos de Laguna, além da Serra do Rio do Rastro. A Catedral está sendo recuperada através de uma obra infindável, mas depois de chegar a quase sua perda, o mesmo acontecendo com o Palácio, mas o pior viria depois: as ruas de Laguna com mais de 400 anos e seus casarios abandonadas pelo governo e seus projetos. A Serra do Rio do Rastro sem manutenção, cheia de lixo, e com pessoas se utilizando do mirante para comércio, tornando o espaço uma feira cheia de entulhos.
      Sabedor das dificuldades que estes abnegados administra-dores do patrimônio histórico catarinense e brasileiro enfrentam na busca de recursos para manutenção e obras de restauração dos mesmos, pergunto: Governador, não está na hora de acabar com o blá... blá...blá e passar do discurso à prática?
      Precisamos urgentemente que o fundo social que o senhor criou seja realmente aplicado em áreas sociais e culturais. Precisamos urgentemente que nosso patrimônio histórico seja protegido. O senhor Governador é um felizardo por ter em sua casa obras destes grandes artistas, mas nosso povo, nossas crianças, quando é que terão oportunidade de apreciá-las se podem ser destruídas pelo descuido e os maus tratos que vocês políticos impõem?
      Um povo sem patrimônio é um povo sem memória. Um povo sem memória é um povo sem cultura e sem passado, um simples andante do tempo finito.

Publicado no Jornal Parole em nov/2007

Acreditar em quem?

      Quando vemos a estátua símbolo da Justiça, símbolo da imparcilidade e da aplicação de pesos iguais em suas decisões, também imaginamos, por ironia talvez, uma justiça cega, por estar vendada, e com uma balança desregulada.
      Mas será que podemos acreditar nos operadores da justiça?
- Em Apiúna o posto de gasolina continua sendo construído com um alvará, que segundo consta, foi cancelado devido processo judicial.
- O STJ concedeu liminar favorável ao juiz Arnon José Coelho Júnior, permitindo que ele tenha o mandado de prisão suspenso e volte a receber o salário no Tribunal de Justiça de Roraima até que seja julgado em definitivo. Ele foi condenado, a nove anos e nove meses de prisão por crime de estupro presumido de uma menina de 13 anos.
- A decisão do TSE determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente Lula, ferindo o preceito constitucional da liberdade e imprensa e de expressão.
- Estão articulando no Congresso um terceiro mandato para o presidente Lula.
- Em Apiúna depoentes da CPI nada viram, nada sabem.
      Acreditar em quem?
      Será que somos livres mesmo, ou simplesmente nos deixaram acreditar nisso?!

Publicado no JCN em out/2007

Até quando?

      Um país de corruptos e ladrões, esta é a frase ouvida todos os dias e nada podemos fazer para desmentir esta afirmação, pois estamos ficando sem forças para lutar e também desacreditados da justiça.
      Busquei respostas para meus questionamentos:
- Quem eram nossos antepassados?
- O que faziam?
- Como viviam?
      Aqui chegaram. Lutaram. Conquistaram. Na ponta do chicote escravisaram, estupraram, mataram, nações destruiram.
      Portanto, pergunto: Como podemos querer que nosso país seja diferente? O que vemos todos os dias nos noticiários e também vivenciamos são ações de protecionismo e corporativismo nos poderes Executivo, Legislativo e também no Judiciário. Todos, até mesmo os que deviam dar exemplo, só defendem seus próprios interesses ou interesse corporativos.
      Até quando viveremos escondidos, com medo dos malfeitores, sem buscarmos justiça, mas que justiça?
      Será que realmente existe justiça? Ou isso foi mais uma invenção dos nossos antepassados para usurpar os mais fracos e preocupados em não deixar seus filhos serem condenados a mais preocupante pena: a falta de dinheiro e poder ?

Publicado no JCN em set/2007

Posicionamento

      Como editor do Parole, sempre busquei transmitir através destas páginas informação, cultura e entretenimento. O que não podia esperar, é que uma notícia verídica fosse causar tanta polêmica.
      O Jornal Parole divulgou o processo que o Governador Luiz Henrique enfrenta, onde está requerido o seu impedimento de continuar governando Santa Catarina. O fato da imprensa catarinense estar calada sobre o assunto já era dúbio, pois o processo está sendo analisado pelo judiciário desde o início deste mandato.
      O Jornal Parole, através de seu editor manifestou sua opinião, e este é mesmo a obrigação que tem um veículo sério de comunicação: posicionar-se diante de assuntos polêmicos e que possam causar dúvidas. Em momento nenhum tentamos defender qualquer que seja o partido político, mas sim defender a lei e a justiça, buscar através de nossa opinião, fazer com que os leitores também se questionem e tenham a sua própria opinião.
      O JP jamais ficará em cima do muro por mais que polêmico seja o assunto. Esta é a nossa obrigação e nosso dever de editor e também de cidadão.
      Como já dizia Edmund Burke: “Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada”. Portanto, o editor do JP não se isentará de dar opinião, mesmo que ela venha de encontro a opinião de amigos e colaboradores.
      O leitor do Jornal Parole pode ter certeza, que nós estaremos sempre nos manifestando em defesa da justiça e buscando uma sociedade mais justa, onde todos tenham os mesmos direitos e principalmente os mesmos deveres.

Publicado no Jornal Parole em set/2007

É verdade

      Quando existe a manifestação de uma pessoa é só uma dúvida. Quando existe a manifestação de mais de uma pessoa ainda é dúvida? Quando uma segunda pessoa, ou entidade, aciona a justiça na busca da verdade, os fatos ainda são calúnias e difamações?
      Nos últimos dois anos apareceram muitos comentários e até fatos contra administrações municipais. Dizem os “amigos” do poder: “Nas administrações anteriores isto já acontecia, por que não divulgaram?”
      Até quando ficaremos tapando o sol com a peneira. Até quando justificaremos os erros com a frase: “isto já aconteceu antes”. Quer dizer que se alguém roubou, desviou, mal administrou e não foi punido, todos devem roubar, desviar, mal administrar? Tenham a santa paciência senhores aproveitadores do poder, pois podem hoje vocês estarem protegidos, mas um dia ou outro a casa vai cair. E quando a casa cair, vamos ver se alguém ficará ao lado de vocês para ajudar. Não esqueçam: ao lado dos corruptos ou das pessoas com pouca sabedoria no lido das coisas públicas, só existem aproveitadores, pessoas na busca de vantagens.
      “Será que os “laranjas” devolvem os bens a eles imputados?”

Publicado no JCN em ago/2007

Constatação

      Na busca de entender a comunidade ascurrense passei vários dias observando a vivência, a convivência de seus habitantes.
      Em Ascurra fala-se tanto em preservação da cultura, dos costumes, mas quando um grupo se reúne na busca deste resgate, lá vem ações silenciosas e por que não dizer, maldosas, para minar, não deixar o sucesso acontecer.
      Em Ascurra muitos procuram ações em pról da preservação histórica, mas em contrapartida, o Presidente da Câmara de Vereadores ameaça com emenda, aos artigos que protegem o patrimônio histórico, decisões estas tomadas em audiência pública. Pergunto: Existe algum interesse pessoal por trás desta decisão?
      Em Ascurra fala-se tanto em união familiar, mas quando chega o momento das partilhas e ou ações que envolvam dinheiro, lá vai todo este sentimento rio abaixo.
      Em Ascurra, agora, fala-se em candidatura única, a união de todos os partidos como solução para os problemas da cidade. Mas será que esta união será realmente para benefício da comunidade, ou será em benefício de alguns?
      Na busca de entender a cultura ascurrense, descubro que após estas observações: passei a entender menos ainda.
      Uma triste constatação.

Publicado no Jornal Parole em ago/2007

Por conta do alheio

      Quando da convocação da última Assembléia Nacional Constituinte o povo brasileiro vivia momentos de esperança em um futuro melhor, com menos desigualdades e maior distribuição das riquezas.
      Realmente, a Constituição de 1988 gerou um novo capítulo na história do Brasil. Realmente veio voltada a distribuir a renda, mas o que não imaginávamos era que a distribuição seria entre os maus políticos deste país. Desde sua promulgação o Supremo Tribunal Federal de Justiça não condenou nenhum líder político, dos muitos processados. São quase 20 anos de impunidade. Um país riquíssimo com uma movimentação econômica enorme, trilhões de dólares, mas que ficam circulando sempre entre as mesmas contas. As contas do governo.
      Talvez isto já acontecesse há muitos anos, mas com o crescimento dos recursos técnicos, a mídia trouxe as nossas casas, cada vez mais e mais rápido as informações, deixando aberta a vida de todos, e principalmente a dos que lesam os cofres públicos.
      Todo o dia nos deparamos com obras públicas federais, estaduais e municipais, mas nos deparamos também com o superfaturamento. Obras que deveriam custar 450 mil reais acabam custando mais de 700 mil, outras obras, como a da pista do aeroporto de Congonhas em São Paulo, por exemplo: custam 19 milhões, só para reformar. A nossa BR470 está custando milhões para os cofres públicos, mas como podemos ver, as obras seguem em ritmo lento e com uma qualidade questionável.
      Até quando as pessoas que tem o poder de agir, e ou reagir contra estes usurpadores do alheio, continuarão de braços cruzados ou até mesmo de defensores destes. Uma certeza o povo brasileiro já tem: “Em boca fechada não entra mosca”. Coitado de quem denunciar e não tiver grana suficiente para enfrentar um grande processo. Coitado daquele que mesmo com provas em suas mãos não encontrar respaldo junto ao judiciário. Será condenado, e os que desviaram os recursos ficarão soltos, vivendo dos dividendos da trabalho alheio.

Publicado no JCN em jul/2007

Te conheço?

      Quando crianças convivemos com muitas pessoas: familiares, vizinhos, colegas de escola, além dos mestres e das pessoas “exemplos” do lugar onde vivemos.
      Através dos exemplos e dos ensinamentos de nossos pais e desta convivência, vamos moldando nosso caráter. Passamos a confiar nas pessoas mais próximas e a achar que são infalíveis e honestas. Na adolescência descobrimos que alguns destes “amigos” acabaram desviando-se dos ensinamentos. São demitidos de seus primeiros empregos devido falcatruas e roubos, mas alguns mesmo agindo desta forma conseguem sucesso em suas carreiras profissionais e seguem seu destino tortuoso.
      Um dia destes observando uma pessoa que fez parte de minha juventude, observei que esta continua dedicando-se a família e a comunidade, mas afastou-se de muitas pessoas devido à fatos ocorridos nos últimos anos. Fatos estes que geram muitos comentários e poucos esclarecimentos.
      Fiquei encafifado. Será que mesmo convivendo com um ente próximo não conseguimos saber o que este faz? Ou fechamos os olhos para não ver? Ou ainda: esquecemos tudo o que nos foi ensinado para buscarmos adquirir um futuro melhor?
      Não consigo responder estas perguntas. Não sei o que pode acontecer com alguém que depositávamos grande confiança, para que agora compartilhe com ações que não condizem com a moral e a ética. Ou a pessoa é ignorante do fato ou então não quer ver.
      Nestas divagações uma coisa eu consegui concluir: Cedo ou tarde bens e capitais adquiridos através de atos não muito lícitos, acabam por revelar sua verdadeira proveniência. Cedo ou tarde a verdade prevalecerá, mesmo que jamais admitam em público, por vergonha e ou constrangimento.

Publicado no Jornal Parole em jul/2007

Hora de mudar

      Estamos vivendo os últimos dias do outono, um período que pode parecer triste, as folhas caindo, árvores secas, a ausência das flores. No entanto, se prestarmos atenção o outono é uma estação de alegria, pois nela começa a grande magia da vida: Das folhas mortas, apodrecidas, a transformação em alimento para a terra e para o surgir de novas vidas na primavera.
      As folhas secas são interessantes, pois aparentemente não servem para nada. No entanto, são a força necessária para uma nova vida. Sem folhas secas, as florestas não teriam o alimento de que precisam. Elas nos ensinam uma lição básica, que muitas vezes esquecemos: para que o novo nasça, precisa que o antigo morra. Isso não significa sumir, desaparecer com o antigo. Não, porque ele se transforma na nova vida, na medida em que a alimenta.
      Então o outono é o começo de tudo. Além da beleza das folhas secas formando um belo mosaico cheio de cores, há a chance de ter, e de graça, todo o alimento para que na primavera a vida possa nos sorrir cheia de flores.
      Faça o mesmo com a sua vida. Escreva uma lista do que não precisas mais. Anote, em um papel, todas as suas “folhas secas”. Junte tantas folhas secas quanto as que anotou em sua lista. Faça dessa caminhada uma atividade prazerosa. Escolha folhas bonitas. Depois, sente-se em um momento de calma com todas as suas folhas e escreva em cada uma delas um item de sua lista de “folhas secas”.
      Faça isso com concentração e sabedoria. Quem sabe a folha de fícus combina mais com a preguiça de rezar todos os dias? O flamboaiã é a cara do grupo de oração que você freqüenta não por fé, mas por inércia e medo de romper com os amigos? Mas talvez a folha do ipê seja o símbolo da alegria que carregas no coração?
      Depois que completar a “inscrição de folhas secas”, guarde-as por alguns dias, e sempre que puder dê uma olhada nelas. Enquanto isso escolha um vaso bonito e separe um pouco de terra e umas pedrinhas. Escolha também uma data significativa. Pode ser o dia do mês em que você nasceu. Pode ser a lua nova. Pode ser um domingo. Qualquer dia é dia, desde que você o considere significativo.
      Nesse dia, faça o enterro simbólico de suas folhas secas. Coloque algumas pedrinhas no fundo do vaso, um pouco de terra e aconchegue folha por folha, jogando sempre um pouco de terra em cima. Complete o vaso com terra. Atenção, não plante nada ainda neste vaso. Ele está em processo de preparação, assim como você. Mas não esqueça, já começou a escolha do que plantar.
      Pense bem, não se imponha grandes mudanças, opte por coisas que realmente possas realizar. O seu tempo de escolha vai até a metade do inverno. Como as plantas ficam latentes, você também poderá permanecer, mas não esqueça de regar pelo menos de dois em dois dias e verás brotarem ervas daninhas. Arranque-as e depois enterre novamente, pois qual seus defeitos e falhas servirão de adubo para que quando, as folhas já estiverem apodrecidas e a hora do plantio chegar a terra esteja preparada.
      Não esqueça jamais que a nova vida que decidistes cultivar, dependerá somente de um pouco de água e que não poderá faltar, e como no vaso, regue sua vida com o Espírito de Deus.
      Deus estará presente com ou sem sua vontade. Esta é a nossa água espiritual e estará sempre acessível.
      Cabe-nos portanto, o papel de jardineiros, retirando as ervas daninhas e preparando a terra para que o jardim de nossas vidas não cresça desordenado.

Publicado no Jornal Parole em jun/2007

O que fazer?

      Em um domingo destes, após voltar da Igreja, preparando-me para sair para uma festa no interior, minha mulher aguarda no carro. Passado alguns minutos, um rapaz aparentando uns 14 anos, bem vestido, e segurando em sua mão um pequeno tambor de detergente, abordou-me para vender o produto. Após minha negativa continuou sua peregrinação: de portão em portão, de porta em porta sem nada conseguir. Chovia.
      Ao ver o garoto dobrar a esquina meus olhos passaram a ver, como em uma tela de cinema, a retrospectiva daqueles poucos minutos que tinham se passado. Aquele jovem de olhar amargurado, talvez triste, talvez com muito ódio no coração, desesperado por alguns trocados, ou talvez simplesmente desesperançoso.
      Passei então a me questionar: como podemos deixar nossos representantes políticos roubarem milhões? Fazerem leis que impedem um garoto, de físico forte, de ter um emprego formal, porque não completou 16 anos? Deixarem jovens e crianças serem subjugados desta forma?
      Como um jovem pode ter esperança de possuir um futuro digno?
      Nos noticiários, todos os dias, empresários sonegadores, corruptos, praticantes de atos pouco ortodoxos, impunes debocham da lei. Magistrados corruptos, através de manobras, protegem-se e acabam aposentados com gordos salários.
      Enquanto imperar a impunidade e a corrupção dentro do judiciário, jamais poderemos ver nos olhos de um jovem pobre, a esperança de dias melhores.
      Portanto senhores juízes, promotores, desembarga-dores, senadores e quem quer mais que seja, busquemos para os outros o que sonhamos para nós. Vamos dispor para todos os jovens deste país, o que pretendemos dar para nossos filhos e netos, pois na permanência da atual conjuntura, a desesperança será transformada em mais banditismo.

Publicado no JCN em mai/2007

Para rir ou chorar?

      Sonhamos todos os dias com tempos melhores: que nossa vida vai dar uma virada e teremos conforto e segurança para nossos filhos.
      Todos os dias assistimos na TV, nos telejornais um monte de bandalheira: o Poder Judiciário, o Executivo e principalmente o Legislativo com problemas de corrupção. Todos os dias na TV, nossos sonhos se dissipam como fagulhas através do televisor, através de falsas promessas e da falsa moralidade.
      Como é que poderemos realizar nossos sonhos de conforto e segurança se vivemos cercados de mentirosos e ladrões?
      Não precisamos ir longe para termos exemplos. Aqui mesmo em Ascurra, não se pode mais ter um campo de futebol com iluminação, pois aparecem alguns usurpadores do bem alheio e põe fim a alegria de muitos. Se continuar assim, roubarão até a iluminação pública das ruas, como já acontece em grandes cidades.
      Quanto ao exemplo da outra “qualidade” humana presenciamos, ha pouco tempo, vários fatos. Políticos despejando notícias em jornal, que acabaram com a prática do nepotismo, mesmo sem a existência de leis municipais. Moralizaram o serviço público.
      O que esqueceram de publicar é que só o fizeram devido a uma ordem judicial, pois os mesmos desde o início de seus mandatos boicotavam as casas legislativas, não deixando que projetos de mudança da Lei Orgânica fossem aprovados.
      É caro leitor, a mentira tem perna curta, e os ladrões cedo ou tarde param atrás das grades, mas será que podemos continuar sonhando?
      Dentro de tudo que vivemos não sabemos mais, se temos de rir ou chorar de nossas humildes vidas.

Publicado no Jornal Parole em mai/2007

Justiça?

      Os atuais fatos ocorridos no poder judiciário brasileiro e mostrados em toda a mídia, todos os dias, levam-nos a um sentimento de desconforto e preocupação.
      Estes senhores que se auto intitulam doutores e exigem que assim sejam chamados, mesmo sem os serem, julgaram e condenaram dezenas, centenas ou até milhares de pessoas, no longo período que ficaram acima de todos nós, simples mortais, e agora suas máscaras caíram.
      Seus julgamentos foram isentos, imparciais, corretos?
      Do mesmo modo como se venderam para a máfia dos jogos não podem ter feito o mesmo com assassinos ou ladrões?
      Esta dúvida agora paira sobre o poder judiciário brasileiro, pois todos os processos julgados por estes corruptos, bandidos, precisam de revisão urgente, pois lá no fim, deste emaranhado novelo, podemos chegar a um imenso depósito de sentenças com condenações e absolvições indevidas.
      Outra dúvida que fica é o porquê desta corrupção? Por que homens e mulheres que ganham salários astronômicos em relação aos simples mortais brasileiros precisam de mais? Será que a corrupção, a maldade já são naturais dos seres humanos e que se estes não forem bem educados dentro de parâmetros rígidos de moral, não conseguem contentar-se com o que tem e precisam ter cada vez mais, não importando a quem vão destruir?
      Outra dúvida que se apresenta é por que em Santa Catarina o jogo possui proteção especial?
      Bem perto de nós existem bancas de bicho, máquinas caça-níqueis, bingos, e sem qualquer atitude eficaz.
      O que traz perplexidade é ver uma promoção feita para beneficiar uma comunidade que sofre com a falta de recursos ser punida. Os dirigentes desta entidade serem condenados a pagar sacolão por que foi realizado uma rifa beneficente em pról de um bem público.
      O que fica muito claro em tudo isto é que vivemos em um país de injustiça por parte da Justiça.

Publicado no JCN em abr/2007

Cultura

      Sábado após sair do teatro e ter assistido a excelente encenação da Benzedeira, comecei a refletir sobre investimentos na cultura.
      Fiquei surpreso em não conseguir lembrar de nenhum projeto cultural em Ascurra e municípios vizinhos. Quando criança existiam vários, hoje estão restritos às escolas quando estas oferecem aos seus alunos.
      Por quê não existem projetos culturais se existe incentivo financeiro do Governo?
      Além das dificuldades de um grande projeto para buscar recursos do fundo social, vimos que é mais fácil uma empresa apoiada por uma prefeitura buscar 50 mil reais para um baile do que um grupo teatral ou dança conseguir para realizar um grande evento.
      Em cidade bem próxima existiram dois projetos idênticos, dois bailes, onde cada um foi contemplado com 50 mil, totalizando 100 mil reais para realizar dois bailes. E a cultura....
      Outro pensamento que me surgiu é por que muitos empresários de Ascurra custam tanto a tirar a mão do bolso, quando o projeto é cultural? Se for para um evento social que atraia lucros, daí tudo bem.
      Senhores empresários de Ascurra, vocês possuem hoje um dos marketings mais baratos que existe para divulgarem vossas empresas. Invistam em projetos culturais. Esta aí o exemplo do Grupo Teatral Amigos da Cruz de Pedra que lota um Teatro no sábado a noite e mesmo com falta de energia elétrica.
      Investir na cultura atrai clientes e também melhora o futuro de nossos filhos e netos.
      Parabéns aos dirigentes e colaboradores do Grupo de Teatro Cruz de Pedra.

Publicado no Jornal Parole em abr/2007

É proibido falar a verdade

      Nos tempos atuais com o desenvolvimento da área de informação, recebemos a notícia instantaneamente junto com milhões de pessoas, logo após o fato. Isto nos deixa cientes de tudo o que ocorre mundo afora.
      Infelizmente, o que estamos vendo é que o mundo nada mudou quanto as atitudes dos homens. Os homens continuam seres emocionais, movidos pelo instinto e por culturas de guerra, como nos tempos de antes de Cristo. Luta pela comida, luta pelos combustíveis e outros interesses particulares, A ganância move o mundo através de ações amparadas pela economia ou religião.
      Se alguém escreve a história como ocorreu é condenado a morte por radicais, pois está ofendendo a religião ou a honra de uma nação. Os fatos têm de ser disfarçados para não chocar nem ofender, mesmo que estes sejam a expressão da verdade.
      Vários escritores já sofreram perseguições, e agora o filme “300” de Hollywood é condenado aà perseguição pelo islã. O islã iraniano alega que o filme denota que o povo iraniano só pensa em guerra.
      Lá no oriente o povo não pensa só em guerra? O que está acontecendo lá, desde o momento que começamos a ter consciência da existência daquele mundo? Será que alguém procura paz, em um lugar onde o petróleo surge como água das entranhas da terra?
      O mundo é movido pelo impulso dos homens. Os homens já nascem gananciosos, buscando dinheiro e poder, e quando são educados dentro destes preceitos buscam sem pudor conquistar tudo o que idealizam. Mesmo que isto venha a extirpar muitas vidas.
      O exemplo está aí. Os EUA para manterem seus interesses quanto ao petróleo do oriente, destroem cidades milenares e matam milhares e milhares de pessoas. A alegação? Eles estão desenvolvendo bombas para nos atacarem. São terroristas.
      O que é terrorismo? Terrorismo é deixar famílias inteiras destruídas, chorando pelos seus e com ódio no coração.

Publicado no Jornal Parole em mar/2007

Onde queremos chegar?

      Os Valores, os princípios de conduta, os princípios inerentes ao exercício de uma profissão, os bons costumes, a honestidade e a justiça, o decente, o educativo o instrutivo, as leis da honestidade e do pudor, são deveres que temos de observar para vivermos em sociedade. Tudo isto nos da à energia suficiente para suportar as dificuldades, os perigos, mas também diz respeito ao espírito ou à inteligência. Quem não possui um mínimo de espiritualidade       A solidariedade, o interesse e a responsabilidade social, os interesses comuns, o apoio aos outros, tudo isto deixou de existir na busca de sempre ter mais, ser mais.
      Temos de parar e nos perguntar: Este mundo desencontrado, desleal que estamos construindo é o que queremos para a vivência de nossos filhos e netos?
      Espero sinceramente que a maioria responda não, pois ao contrário a esperança de uma vida boa e honesta deixará de existir, passaremos a nos questionar na validade de ser ou não honesto, de ser ou não íntegro, ético e humano.
      Nos momentos vividos destes últimos dois anos, nos deparamos com tantas barbaridades no meio político que pensamos até em desistir e não mais lutar. Prefeitos, Deputados, Juízes e tantos outros desviaram fortunas, foram descobertos e “condenados”, mas não devolveram o dinheiro e nem estão presos. Alguns até foram premiados com aposentadorias milionárias.
      Enquanto isto, os pobres mortais, o povo, vive momentos de miséria, buscando atendimento na saúde, sem encontrar médicos, remédios. Sem encontrar atendimento até mesmo de uma simples desculpa. O que encontra é a ausência total de educação de funcionários mal pagos, mas que em muitos casos estão ali através de favores políticos e não por merecimento.
      Onde queremos chegar? Esta é a questão que continua sem resposta. Com as atitudes de nossos administradores políticos, estamos buscando cada vez mais uma sociedade injusta e desigual, onde a criminalidade aumentará em índices cada vez maiores, pois quanto mais desigual o ambiente, mais a revolta transforma o ser.
      Nascer pobre, dizem ser um destino, mas nascer pobre e lutar na busca de uma vida melhor é a razão da vida. Mas quando durante este período de desenvolvimento, social e moral de nossa existência, nos deparamos com usurpadores do bem alheio e do bem público, passamos a sentir uma revolta que acaba afetando nossos princípios de vida. Afeta até mesmo àqueles que os têm mais profundamente, dentro de um coração Cristão.
      Eu sei onde quero chegar e sempre soube. Desde a infância busquei a ética e a moral para conduzir os meus caminhos, claro cometendo também erros no percurso. Espero que através da reflexão possamos buscar a mudança, começando por nossa cidade, para que através de bases sólidas busquemos um futuro melhor.

Publicado no JCN em fev/2007

Tranqüilidade

      Existia um receio de minha parte quanto ao lançamento do Jornal Parole. Mesmo convivendo com pessoas de Ascurra desde 1975, 32 anos, me afetava a forma bairrista como são encaradas todas as coisas na cidade. Claro, não é diferente na minha cidade natal, Apiúna, nem em Rodeio. A descendência européia gerou isto, pois lá também tem problemas, um exemplo que Trento é bem dizer independente do resto da Itália.
      O receio passou, e o sentimento foi de um bom trabalho realizado. As críticas vieram, e sempre que vem, trazem a quem escreve a tranqüilidade de saber que seus textos foram lidos.
      O Jornal Parole primeira edição trouxe algumas controvérsias devido a falta de interpretação de alguns leitores. Dois assuntos polêmicos causaram indignação de alguns e até felicidade em outros, mas onde aconteceu a indignação, esta foi direcionada com críticas fortes ao veículo JP. Como falei o “veículo”. Os jornais são simples veículos que buscam junto à fonte, informações, e levam até os leitores.
      O assunto Bombeiros Voluntários foi desenvolvido através de uma entrevista com o Presidente Luiz Osvaldo Urbano, e tudo que foi publicado, está amparado em documentações e gravações da entrevista. Então as discordâncias devem ser colocadas publicamente, mas a quem gerou a informação.
      O assunto Investimentos em Ascurra também gerou grande polêmica junto à administração municipal, mas quem fez as duras críticas ao jornal, esqueceu de ver que se tratava de uma informação oficial da 14ª SDR de Ibirama, assinada pela assessoria de imprensa.
      O leitor do JP terá sempre acesso a informações que vêm de documentações materiais, que possam ser comprovadas. O leitor do JP pode ficar tranqüilo, pois jamais nos furtaremos de mostrar a verdade, mesmo que esta afete alguém. O jornal veio para informar o cidadão das coisas que acontecem ao seu redor e que nem sempre são divulgadas.
      O cidadão não pode ficar na ignorância dos fatos. O cidadão precisa ter acesso a informação e esta nós traremos e sempre com muito esmero.

Publicado no Jornal Parole em fev/2007

Atitude

      Todos os dias pela manhã leio os noticiários escritos, via internet, para ficar por dentro das notícias do Brasil e do Mundo. Todos os dias sigo esta rotina, e a cada dia que passa vejo mais impunidade neste Brasil, que não é diferente em outras partes do mundo. Pergunto-me: até quando seremos passivos, ao ponto de permitirmos que uma “elite”, que infesta à política e o poder judiciário brasileiro, façam e desfaçam sem punição. E quando são punidos, não devolvem os recursos usurpados e têm prisão domiciliar. Interessante!!!
      Bem perto de nós estão ocorrendo fatos idênticos:
- Nossa cidade, cada vez mais, arrecada impostos e proporcionalmente gasta tudo, sem obras aparentes;
- Leis, como a do nepotismo, são descumpridas na maior cara de pau. Eles deixam de fazer parte do quadro de funcionários, mas continuam em seus setores, e mandando;
- A administração municipal chega ao cúmulo de comprar macadame para as estradas, e o valor? Apenas míseros R$ 30.000,00 (30 mil) reais;
- Os veículos da Prefeitura, mesmo depois do Prefeito receber comunicado do Tribunal de Contas do Estado sobre a irregularidade do uso de símbolo não definido em lei, continuam circulando sem os Brasões oficiais do município, e sim com uma bandeira tremulando em visível publicidade a administração atual;
- O código de edificações continua a ser descumprido, onde muros são construídos fora dos alinhamentos.
      Minha indignação não tem nada com política partidária, tem sim com ética e vergonha na cara. Minha indignação vem do fato que eleitores mal informados, ou apenas por interesses pessoais, possam continuar votando em pessoas desta estirpe.
      Minha chateação com a política local, ficou ainda maior hoje, quando soube que os projetos que seriam executados na localidade de Subida, serão alterados: onde valores muito menores serão disponibilizados. Para onde irá esta diferença?
      Por favor, políticos ainda honrados de minha terra: convoquem uma audiência pública, onde possamos contar com a presença do representante do Ministério Público de nossa Comarca, e se este novamente não puder comparecer, que venha alguém da Capital. Uma audiência onde possamos apresentar os documentos de todas estas irregularidades. Que possamos realmente tornar nossa vida democrática e sem as usurpações que vêm ocorrendo, e sem precisarmos pagar para mostrarmos as irregularidades que estão diante dos olhos de todos.

Publicado no JCN em jan/2007

Aprendizado

      Quando criança via meu pai lutando sempre por coisas da comunidade. A construção do salão paroquial com restos de um galpão velho, a construção da cruz luminosa no monte do cemitério municipal. Era “fabriqueiro” nas festas da Igreja, do Seminário e do Colégio. Mas o que levou ele a mudar?
      Enquanto meu pai lutava pela comunidade, a comunidade buscava mantê-lo pobre. Isto mesmo, pobre, pois enquanto trabalhava gratuitamente, outros buscavam proveito próprio. O pior que isto é fato em todo lugar e não só no Brasil. Quando meu pai entendeu que devia pensar só na sua empresa e esquecer os trabalhos comunitários, conquistou o suficiente para dar estudo aos filhos e ter uma velhice tranqüila, e deixar minha mãe que tanto lutou naquelas conquistas, com uma boa aposentadoria.
      Acho que mesmo com tudo isso, não consegui aprender.
      Em meu primeiro editorial, neste veículo de comunicação, falo deste assunto, pois quem me conhece sabe do meu jeito de agir, de me portar. Gosto da franqueza. As coisas têm de ser ditas na lata. Com isso busco resultados para a comunidade, mas trago problemas aos meus familiares. Trago comigo poucos amigos e muitos inimigos, mas tenho certeza que hoje estou plantando uma semente e que muito em breve dará frutos.
      Lembro como se fosse hoje, quando na metade da década de setenta comecei a vir para Ascurra com alguns amigos. Brincava no Colégio São Paulo de frescobol, vôlei, ping-pong, além de paquerar. Em 1977 comecei a namorar a minha esposa Márcia e nunca mais me afastei de Ascurra, de suas virtudes e de seus problemas. Na época os apiunenses tinham inveja de Ascurra. Suas ruas bem cuidadas, o jeito do povo manter sua cultura. Hoje vejo que Ascurra é uma cidade cheia de problemas.
      O Jornal Parole (Palavras) vem para suprir uma lacuna na área da informação em Ascurra, e dará igual oportunidade a todos os setores, de se expressarem e esclarecerem a população, das coisas que acontecem e que influenciam o cotidiano da cidade.
      Espero sinceramente que o Jornal Parole venha a ter o mesmo sucesso que o Jornal Cabeço Negro de Apiúna, que neste mês de janeiro entrou em seu oitavo ano de existência.
      Ascurrenses: peço licença para invadir seus espaços, e para que a cada dia que seguir minha vida, possa ser um pouco mais cidadão, também desta terra.

Publicado no JP em jan/2007

Desde que o Brasil é Brasil

      Lendo o jornal logo cedo me deparei com a seguinte noticia:
      “Carros têm 5 anos para instalar chip localizador. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada nesta quarta feira determina que toda a frota brasileira de carros passe a circular com chips localizadores em no Maximo cinco anos. Segundo a mesma resolução, os Estados terão 18 meses para instalar os primeiros sistemas, que também identificam os veículos e irão funcionar como uma espécie de “placa eletrônica”, com todos os dados do carro, como o numero do chassi e do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan). O chip, permitirá desde localizar carros roubados, fiscalizar infrações de Trânsito, monitorar tráfego e cobrar pedágio, será instalado no pára-brisa na hora do licenciamento e terá o custo aproximado de R$55,00. O Contran não determinou quem terá de pagar pela instalação do equipamento, deixando em aberto a possibilidade de parte dos motoristas arcarem com o custo. Antenas instaladas nas cidades captarão o sinal do chip para monitorar os carros... A cidade de São Paulo será a primeira a implantar o sistema, no início de 2007, em processo que deverá demorar cerca de dois anos. A companhia de Engenharia de Tráfego do município (CET) já testa a tecnologia desde 2005. O chip não poderá ser retirado do carro, sob pena de o motorista incorrer em multa de R$127,69, perda de cinco pontos na carteira e retenção do veículo.”
      Segundo a noticia, será implantado, depois das câmeras de vigilância, mais um sistema de controle de ir e vir do cidadão. O que não vejo é o término da implantação do sistema integrado dos Detrans. Não vejo o controle eletrônico e integrado das policias, que em minha opinião seria de maior relevância. Nossos governantes gastam fortunas em novas tecnologias, mas nem acabaram de implantar tecnologias contratadas a mais de 10 anos e que já estão obsoletas. Outro agravante destas medidas são as cobranças. Os recursos, a grana, arrecadada com as punições vão para onde? Quem vai lucrar com a venda deste chip?
      Perguntamos, nos indignamos, mas fazemos alguma coisa? Tivemos a oportunidade de eleger as pessoas, que por mais 4 anos nos representarão no Congresso. Estes que agora estão pedindo quase 90% de aumento salarial. Mas em vez de buscarmos pessoas integras para os cargos, votamos em amigos, amigos dos amigos, ou porque o amigo ganhou algum dinheiro para apoiar o candidato e precisa da sua ajuda, ou ainda porque algum parente seu ganhará tratamento médico, há muito tempo buscado.
      É, enquanto pensarmos e agirmos desta forma, estaremos sempre submissos a estes senhores e senhoras sem escrúpulos que dominam este pais por mais de 500 anos. Há mais de 500 anos sim, basta buscar a árvore genealógica da maioria destes mandatários. Desde que o Brasil é Brasil são as mesmas oligarquias que mandam e desmandam.
      Mas como já disse Edmund Burke: “Para o triunfo do mal basta que os bons não façam nada”.

Publicado no JCN em nov/2006

Público e Privado

      A distância que vai da antiga “polis” dos gregos, com alguns poucos milhares de habitantes, ao Estado contemporâneo, em especial nas sociedades de massa de nossos dias, é a mesma que separa a maioria dos cidadãos da democracia. Essa é, seguramente, a razão pela qual, quase em toda parte, as instituições políticas e os poderes do Estado não são os mais bem avaliados pela opinião pública. A percepção do cidadão é a de que conceitos como política, poder e autoridade não são mais que entraves aos seus direitos.
      Nunca, como atualmente, o que é público esteve tão longe do privado. As leis, as normas, as regras, os usos, os precedentes e os hábitos que fizeram germinar a burocracia, alimentando-a em seu próprio proveito e para sua própria comodidade, terminaram por provocar a aversão dos cidadãos à maioria das manifestações do Estado, que a na sua impessoalidade exige, oprime, impõe e dificulta a vida de todos.
      Enquanto não restaurarmos o esquecido principio jurídico de que, na vida privada, tudo o que não é proibido é permitido, e de que, na vida pública, é proibido tudo o que não é explicitamente permitido, não vamos conseguir consolidar a confiança nas instituições, que, diferentemente da transitoriedade dos governos, são permanentes. De que vale o Parlamento aprovar centenas de leis que nada têm a ver com a utilidade pública, restritas que são, em sua maioria, aos interesses do próprio Estado? Que o proveito a população pode esperar de que milhares de decisões judiciais se a Justiça que está ao alcance dos cidadãos, é apenas a dos juizados especiais e a que resulta da ação dos Procons?
      A maioria dos conflitos que separa os cidadãos provem das dificuldades enfrentadas por todos na vida cotidiana, em seu relacionamento com o próximo, e advém da mesma fonte: a deficiente cultura cívica. Instituições como lei e Justiça, ordem e responsabilidade coletiva, sobre as quais foram erigidos os padrões da civilização, correm risco pela perda de confiança das pessoas na eficiência das demais instituições da sociedade.
      Para reverter este quadro, temos que começar pelos péssimos hábitos da vida pública que se repetem na vida privada. Entre eles, o de não observar deveres elementares, inclusive o de cumprir horários; o da incontinência verbal; o uso abusivo dos jargões que lamentavelmente degradam cada vez mais o sentido da autoridade, que deve presidir tanto a conduta coletiva quanto a que se esperava que prevaleça na intimidade da vida familiar. Só na educação e o ensino pelo exemplo podem reverter essa situação que ameaça se espalhar por toda parte, pondo em risco os padrões sem os quais as sociedades ordeiras e organizadas não sobrevivem. Afinal, é preciso não esquecer que as condutas desregradas na vida pública costumam se reproduzir na vida privada, da mesma forma que os desregramentos da vida privada terminam contaminando a vida pública.
      Sem reformar, portanto, as instituições, jamais construiremos uma sociedade governada pela lei e não pelos homens, tarefa que pressupõe políticas voltadas para uma verdadeira democracia.

Publicado no JCN em ago/2006

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Exemplos

      Todas as religiões Cristãs acreditam e apregoam que o maior exemplo da humanidade foi Jesus Cristo. Ele deixou um legado de bondade infinda deixando-se pregar na cruz para redimir a todos das culpas.
      Lendo as Sagradas Escrituras podemos, claramente, ver que Jesus Cristo foi sim, exemplo de bondade, mas não o maior exemplo.
      Raciocinem comigo. Barrabás, um assassino deixado na impunidade gerou milhões de exemplos. Não precisamos ir longe, aqui no Brasil todos os dias temos exemplos de impunidade: Juiz Lalau, Deputados, o jornalista que matou a amante, os anões do orçamento, o mensalão, Prefeitos corruptos, o Fernandinho Beira Mar controlando da cadeia o cri-me e vivendo na mordomia. Basta ter dinheiro ou um bom padrinho e lá teremos alguém impune de seus delitos. Mas se você tentar denunciar, cuidado, poderá ser preso por calúnia ou outra alegação qualquer. É a lei da mordaça.
      Outro grande e talvez o maior exemplo da era Cristã e que tem como seguidores mais da metade da população, principalmente no Brasil é Pilatos.
      Até mesmo os seguidores mais radicais de Cristo seguem o exemplo de Pilatos: lavam as mãos.
      Veja ao seu redor o que está acontecendo. Verifique tudo que acontece em sua comunidade. Você está participando? Está lutando pelos direitos de todos e de seus direitos?
      Haaá... Esqueci. Estes problemas ainda não estão afetando você. Quem está sendo prejudicado é o vizinho, é uma criança que não é seu filho, nem seu neto. Porque vou comprar esta briga se vivo bem. Tenho dinheiro. Política? Política não é comigo. Não voto pra ninguém. Que se dane, o que me interessa é o meu trabalho, a vida da minha família.
      Atos como estes são exatamente o maior símbolo da Bíblia. O momento que Pilatos lavou as mãos. Esta passagem da Bíblia nos demonstra claramente o maior exemplo de como a humanidade agia naqueles tempos e continua agindo até hoje. Se o problema não está nos meus, não me interessa.
      Será que não está na hora de pararmos de lavar as mãos? Buscarmos a união em comunidade, para achar caminhos mais fáceis e seguros para todos?
      Agora estamos vivendo momento de novas eleições e precisamos participar, pois não podemos viver bem, se muitos vivem mal. Busquemos votar em quem possa beneficiar o maior número possível de pessoas e não a uma privilegiada minoria. Esta política discriminatória que aí se encontra não pode continuar.
      Você sabia que o Brasil já possui uma dívida de 1 trilhão? Pois é o Brasil deve 1 trilhão, mas para quem? Apenas 20 mil pessoas são donas destes títulos da dívida do governo e ficam ganhando juros entre 15 e 20% ao ano sem trabalhar, sem produzir, sem gerar empregos, enquanto 180 milhões de brasileiros sofrem.
      Não lave as mãos, vote. Vote com consciência.

Publicado no JCN em jul/2006

Blá, blá, blá

      Com facilidade podemos falar sobre assuntos e questões que não conhecemos, ou que apenas julgamos conhecer. Como dizem, o papel aceita tudo, e muitas vezes fazemos dos ouvidos dos outros um grande pinico.
      O governo do Estado, através da Casan, em parceria com a Prefeitura de Apiúna construiu por mais de 2 milhões de reais a rede de abastecimento de água ligando Ascurra a Apiúna pela Margem Esquerda. Destruiu todo o calçamento, a tela de proteção da ponte e deixou a ponte pênsil, antes um cartão postal, toda pendida e em risco de cair. Mas segundo a administração, o calçamento ainda não foi arrumado, por que precisa de uma chuva para que o aterro ceda.
      A iluminação pública está sendo mantida por uma empreiteira, que a prefeitura terceirizou e que terceirizou o serviço, mas as lâmpadas continuam apagadas. Segundo Vereador do PMDB a iluminação está melhor do que na antiga administração.
      O agente de saúde que visita as casas deveria visitar todas num período de 30 dias e sucessivamente em horários que atendam o munícipe e não o agente. Segundo a Secretaria isto está ocorrendo, mas eu só vejo de 60 em 60 dias e em horários inconvenientes.
      O cemitério de Apiúna está sujo e com muitos problemas. Segundo a administração está bom.
      Pode-se visitar a prefeitura todos os dias e olhar o quadro de publicações. Lá você não encontra nenhuma licitação. Segundo o prefeito as pessoas não estão enxergando, mas está lá.
      A administração realizou um buzinaço para come-morar o sucesso de um projeto, prefeituras da região ajudando em obras de macadamização no interior.
      O prefeito culpa a administração anterior por possuir hoje 51% do orçamento destinado a folha de pagamento. Como isto pode ocorrer se a receita subiu 10%, não houve aumento salarial e o prefeito demitiu vários funcionários, forçou a barra para outros tantos se demitirem?
      Segundo os maus políticos, basta realizar obras no último ano, pois o povo esquece.
      Pasmem: tem gente que acredita e vota de novo.

Em tempo: Mesmo o salário que me foi oferecido ser de 2.500 reais, segundo um secretário da administração, não poderei aceitar. Agradeço o reconhecimento da minha capacidade, mas a lisura em primeiro lugar.

Publicado no JCN em jun/2006

Mesmo que não seja amigo do rei

      Com a pauta do jornal pronta comecei a me questionar sobre o que diria eu aos leitores neste editorial. Qual assunto deveria ser abordado. Um assunto que pudesse ser sutil e ao mesmo tempo provocasse reações boas, que gerasse boa vontade para buscar um país, estado, uma cidade melhor para todos.
      Graciliano Ramos, em uma entrevista concedida em 1948 disse:
      "Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
      Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”
      Queria eu também dizer. Dizer que não podemos seguir o conselho de Manoel Bandeira em seu poema de angústia e decepção “Vou embora pra Passárgada” mesmo que lá sejamos amigos do rei. Mesmo que lá tenhamos tudo o que pudermos imaginar. Mesmo que lá no primeiro momento sejamos felizes.
      Queria eu dizer que precisamos buscar sempre algo melhor, mas sem fugirmos das responsabilidades. Escutei na esquina que o que acontece na política “não é problema meu”, “aquilo? Também não é problema meu”. Será?
      Queria dizer que tudo que nos cerca é problema nosso sim, que a vivência simples ou rica de um cidadão não retira sua responsabilidade do coletivo. Que o que plantarmos agora, nossos filhos e netos colheram.
      Queria dizer que administrações catastróficas tanto lá em Brasília quanto aqui, gerarão problemas de estagnação futura. Que um mal feito agora é o insucesso de amanhã.
      Quero dizer que mesmo que “...Em Passárgada tem tudo, é outra civilização...”, um dia o rei de lá pode ser igual ao rei daqui. Que lá quanto cá podem ficar de forma a deixarem todos descontentes.
      Mas eu não vou embora pra Passárgada, mesmo que aqui eu não seja amigo do rei, mesmo que aqui não tenha tudo que almejo.
      Não vou embora pra Passárgada, pois aqui sou feliz.

Publicado no JCN em mai/2006

Mudanças

      Estamos em ano de eleições. Eleições para Presidente, Senador, Deputado Federal, Governador e Deputado Estadual.
      O Congresso Nacional vive um grande escândalo: deputados se utilizando de manobras para salvarem da cassação seus amigos, mesmo que culpados por receberem mensalão ou, bailando em pleno congresso a dança da pizza e muitos outros.
      Como ficamos leitor? Como ficamos como eleitores que somos?
      O Brasil sofreu há quatro anos uma avalanche para as mudanças. Esta avalanche levou ao poder o PT no Governo Federal e o PMDB ao Governo de Santa Catarina. Uma avalanche que veio após uma mal sucedida reeleição do Governo FHC. Os maus exemplos estão espalhados por aí. Reeleições mal sucedidas nos poderes Executivos Municipais, Estaduais e Federais. Sempre que alguém se reelege não consegue dar continuidade aos bons trabalhos. O cansaço, o desgaste político e a própria acomodação, levam ao insucesso.
      Agora estes insucessos estão sendo notados também no Judiciário e nos poderes Legislativos Federais e Estaduais. No Judiciário o Nepotismo e as diversas interferências nos outros poderes. Na Câmara Federal os escândalos do dinheiro em troca do voto (mensalão). Aqui no Estado o silêncio. Além de tudo isso leitor, suas decisões são secretas, votos secretos. A Assembléia Legislativa do Estado está em cima do muro. Não se manifesta e aprova tudo para o Governo Luiz Henrique.
      Será que chegou a hora de uma avalanche de mudanças também quanto aos Deputados e Senadores?
      Precisamos pensar muito nisso. Dialogar dentro da fa-mília o que é melhor para nós, para a nossa comunidade, nosso Estado e também para o nosso País. Não podemos só pensar em nós. Aceitarmos ajuda pessoal e decidirmos o voto.
      Eleitor, deste já comece a avaliar as alternativas para Deputados Estaduais e Federais. Se você chegar à conclusão de que, quem já está no galho não merece mais permanecer, não aceite interferência, simplesmente não vote. Escolha outro, um novo, alguém que possa ter novas idéias, mas se você acha que este deputado ou aquele, estão fazendo um bom trabalho, vote, ajude a elegê-lo.
      Mas eleitor, não esqueça de exigir do seu candidato, que ele como seu representante, passe a lutar pelo voto aberto no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa. Se estão nos representando, precisamos saber em quem e no que estão votando.
      Eleições 2006 momento de mudanças de hábitos e ou de candidatos.

Publicado no JCN em mar/2006

Cego, Surdo, Mudo e ...

Sou contestador e sem dúvida alguma, luto pelos meus direitos e os de minha comunidade. Dentro dos limites aceitáveis, sou bairrista, porque se não defendermos os nossos interesses, quem o fará?
Vivemos em um regime “democrático e de justiça”, não contando a injustiça social, que nos agride, mas continuamos inertes.
Acusam, nós brasileiros, de não sermos politizados. Infelizmente não conheço o norte e nordeste, mas pelo que conheço, afirmo que somos e muito. O que acontece é que realizamos nossos questionamentos somente em frente à TV, assistindo ao Jornal Nacional. Não reagimos quando somos constrangidos pelo chefe, por políticos e nem mesmo pelo vizinho, por que o medo da inquietude nos assombra. Quem nos garantirá a imparcialidade na hora de um julgamento? Na busca de nossos direitos será que não nos depararemos com um, como aquele que matou um vigia de supermercado, a sangue frio, por não ter o privilégio de poder comprar fora do horário? Ou um desses que luta para manter dez ou mais parentes, em cargos de confiança, com salários superiores a cinco mil reais? Ou ainda, ser julgado por nossos atos pelo Lalau? O medo nos deixa apáticos, sem ação.
Precisamos reagir logo, para não sermos pisoteados pela ilicitude. Aqui bem perto de nós, podemos ver, se olharmos é claro, ocorrem fatos que envergonham qualquer cidadão de bem. O que é crime para uns, não os é para outros. Este estado de impunidade durará até quando?
Precisamos falar para todos, governantes, legisladores e juristas, em alto e bom tom: Não somos cegos, não somos surdos, não somos mudos e também não somos burros. Se hoje somos pacíficos, amanha podemos não o ser.
Para finalizar quero dizer que acredito que ainda existe justiça e, que podemos buscar nossos direitos.

Publicado no JCN em fev/2006

Minha Terra

      O amor pela terra em que nasceu, o fincar das raízes, tornam o ser humano despreparado para enfrentar a vida. Na busca incessante do sustento lhe sobra pouco tempo para observar, e quando observa, só vê as belezas da terra em que nasceu. È o lugar mais belo e o melhor do mundo para viver e criar os filhos.
      Com este comportamento de poeta melancólico, não vemos o que acontece ao nosso redor. Deixamos a vida passar por nós qual cavalo galopante, e quando conseguimos dedicar um instante do nosso tempo mortal para observar ao nosso redor, a vida passou. O tempo passou. Nós não vimos. Nossos filhos estão crescidos. Estamos ficando velhos.
      Com todas estas certezas que o tempo não perdoa ainda temos de encarar que nossos filhos estão buscando outros lugares, outros ares.
      Um lugar onde possam trabalhar. Um lugar onde possam aplicar os seus conhecimentos. Conhecimentos estes, que com sabedoria filosofal fizemos questão de deixar como herança. “O conhecimento é o único bem que perdura, por isso meu filho não lhe deixarei bens materiais. Você irá estudar para ser alguém.”
      O que se faz com o estudo se não existir oportunidades de trabalho e desenvolvimento profissional? O que se faz com o conhecimento sem possuir valores para investir?
      Precisamos abrir os olhos e tirar as estribeiras para que possamos enxergar. Enxergar que precisamos buscar para nossa cidade empresas que utilizem mão de obra qualificada. Empresas que possam empregar jovens recém formados, pós graduados. Empresas de tecnologia. Não podemos passar a vida cobrando dos empresários, que aqui estão, crescimento e mais crescimento. Isto é impossível.
      Para que nossos filhos continuem achando a terra em que nasceram uma maravilha, temos de prepará-la para isto. Precisamos gerar leis de incentivo ao desenvolvimento econômico e social.
      Minha terra. Meu lugar. Meu trabalho.

Publicado no JCN em jan/2006

Precisa Desenhar?

      O Brasil, Santa Catarina e Apiúna vivem momentos de desfaçatez. Em Brasília o Presidente Lula nunca sabe de nada. Em Florianópolis Luiz Henrique descentralizou o Estado, aproximando o Estado do povo e sem aumento de custos. Estes milhares de novos funcionários estão trabalhando de graça pelo visto. Em Apiúna o bom menino está sempre sendo acusado sem provas.
      Quando ainda vereador o atual Prefeito chamava os Secretários do município de “membros da máfia”. Dizia que eles que ganhavam alto demais (R$1.157,00(, e que eram um bando de analfabetos. Hoje o salário é superior a R$1.400,00 (querem aumento) e perguntamos: qual o grau de estudo dos Secretários atuais?
      Todas as denuncias contra a atual administração sempre foram documentadas e demonstradas, mas ainda dizem não ter sinais de má administração.
      O município gasta quase 1 milhão a mais que no ano anterior e não realiza nenhuma obra. A cidade atravessa uma fase nunca vista: pessoas doentes não conseguem fazer seus exames, as estradas estão esburacas, varias ruas estão com entulhos interrompendo o transito a vários meses.
      Quem possui filhos na Creche Municipal precisa faltar ao serviço, pois a rematrícula só acontece nos horários já pré-determinados.
      Apiúna pelo menos não atravessa “desemprego”, pois a estagiaria paga pela Prefeitura de Apiúna, para a Comarca de Ascurra é do município de Rodeio.
      Quando explicamos demais algo e fica até chato de tanto explicar e a pessoa não entende, perguntamos: Quer que desenhe?
Parabéns Roberto Schulz suas contas públicas mais uma vez foram aprovadas.
      Então: Precisa Desenhar?

Publicado no JCN em dez/2005

Bom Mentiroso

      Outro dia me peguei pensando no que lemos nos jornais ou escutamos na TV, no Rádio, ou até mesmo dos amigos e não tão amigos assim. Afirmações tal como:
- “Esses funcionários públicos não trabalham, vivem sem fazer nada”;
- “Quando estivermos no governo isto não mais acontecerá”;
- “Corrupto não sobe comigo no palanque”;
- “Esse prefeito é um ladrão”;
- “Esta obra foi faturada, isso é roubo”;
- “Esse aí é rico porque roubou”;
- “Me chama de imbecil se eu colocar esses caras para trabalhar na minha administração”;
- “Quando eu for prefeito isso vai mudar”;
- “Desconheço”;
- “Isso já acontecia no governo anterior”;
- “Eu acho que não descumpri lei alguma”
- “Este jornal é de oposição, só escreve inverdades”.
      Muitos anos atrás em Apiúna, um senhor contava suas “histórias” e não admitia em hipótese alguma que alguém cogitasse ser mentira.
      Certa vez contou sobre um relógio que perdeu quando caçava. Ao fazer suas necessidades esqueceu seu relógio pendurado em um arbusto.
      Muitos anos se passaram sem encontrar seu lindo relógio. Certo dia ao passar por aquela mata, escutou: tic - tac - tic - tac. - Será o meu relógio? Olhou para baixo nada. Aos arredores nada. Olhou para cima e, não é que o relógio estava lá no topo da árvore. Não é que estava funcionando!
      A árvore cresceu e o relógio permaneceu pendurado e uma cobra “amiga” tinha aquele galho como passagem. Ao passar dava corda no relógio. Por isso ele funcionava.
      Que incrível!
      Nossos avós diziam que uma boa mentira contada muitas vezes faz com que até o próprio mentiroso acredite.
      Acho que eles estavam certos. Basta olhar o que os atuais governantes estão fazendo.

Publicado no JCN em nov/2005

Blim Blom

      O Brasil é um país dos descasos. Descaso com a saúde pública, descaso com o transporte, descaso com educação, descaso com a segurança, descaso...
      Podemos passar aqui escrevendo páginas e mais páginas, sempre encontrando algum descaso do poder público. O ultimo é este referendo que está custando ao poder público 6 vezes mais do que todo o investimento do ano em segurança pública. Se no próximo ano teremos uma eleição porque não aproveitar o momento? Nunca teremos a resposta. Mas, já que temos de ir às urnas no domingo, teremos de fazê-lo com consciência.
      Devido ao referendo os registros de armas crescem 285% em relação ao ano passado e, em Santa Catarina já totalizam 2.466. Foram 70.405 armas registradas contra 18.787 em todo o ano passado. Todas essas pessoas estão temerosas que o sim seja o vencedor. O registro é necessário para depois poder adquirir munição, mas não se pode esquecer que só poderá comprar quem realmente provar necessidade para tal. Segundo os favoráveis ao “não” o próprio estatuto sendo aplicado com toda a sua rigidez já é suficiente, pois só permite a compra de 50 cartuchos por ano e exige muitos documentos.
      Pipocam nos jornais escritos e televisivos matérias tentando direcionar o voto de todos nós e também tirar nossa atenção das falcatruas do Governo e do Congresso Nacional. Nós cidadãos comuns não podemos, e tenho a certeza que a maioria não o é, contra o desarmamento, mas o momento é critico e causa duvidas. O Governo precisa investir em segurança para depois sim pedir que o povo abdique de seus direitos.
      Nós simples mortais só não queremos após um toque de campainha sofrer um assalto, através da certeza da não reação.
      “Blim Blom. Por favor, abra a porta isto é um assalto”.

Publicado no JCN em Out/2005

Não espere recompensa...

Era uma vez há muito tempo atrás um pequeno garoto que amava a vida. Olhava o mundo sempre a cantar as coisas lindas de sua terra.
Em uma manhã de fim de verão vestido engomadinho, branco e azul. Buscou um novo mundo que para sempre mudaria seu norte, seu sul.
Durante muito tempo uma rosa levou para quem os horizontes lhe abria, buscava neste gesto agradecer tudo que de fato aprendia.
Chegou o dia em que de seu mundo limitado precisava sair. Buscou em lugares distantes a satisfação do saber, mas faltava alguma coisa que não conseguia entender.
Com família e com muito sentimento no peito a sua terra voltou. Recebeu neste gesto as respostas que distante procurará. Seu mundo era aí, aí era o seu lugar.

      Este é o sentimento nutrido por muitos que sonham desde criança a sua terra natal voltar, para poder em pequenos gestos ajudar a mudar o rumo da história. Poucos conseguem destaque nesta luta de filantropia. Busquei ser um destes e me enchi de vontade buscando realizar sonhos, sonhos de uma vida melhor.
      Ajudei a fundar o Rotary Club de Apiúna, O Grupo de Escoteiros, presidi a CME levando a cidade a muitas conquistas, a Festa da Tangerina ajudei a engrandecer levando a lugares distantes o conhecimento de Apiúna, mas nada me deu mais satisfação do que fundar o periódico Cabeço Negro. O jornal Cabeço Negro, instrumento de divulgação dos feitos, das ações de nossos cidadãos, para todos os apiunenses e também a quem mais interessasse. Um instrumento para distante levar as qualidades de nossa gente.
      Em dezembro de 2002 paralisava por longo período suas atividades. Frustração e angústia foram os sentimentos. O “Troféu O Cidadão” não recompensaria com alegria os que se dedicavam à causa pública e filantrópica.
      Setembro de 2005. O jornal Cabeço Negro volta a circular em mais uma edição para trazer informação ao povo de Apiúna. As manchetes que estampadas forem em suas páginas, espero que sejam sempre a expressão da verdade. Se boas ou ruins só o tempo dirá.
      O Jornal Cabeço Negro traz no seu nome o vinculo com Apiúna e espera por muito tempo ser o instrumento de comunicação entre todos os seus cidadãos.
      Significado do nome:
Apiúna palavra Tupi = Cabeço Negro;
Cabeço = Cume de montanha arredondado em forma de cabeça;
Negro = escuro.

Publicado no JCN em set/2005

O Espírito de Natal

      O Espírito de Natal envolve todos os Cristãos neste final de ano.
      Sentimentos afloram-se na pele de todos os homens que procuram inconscientemente livrar-se de seus pecados, dedicando um pouquinho de seus pensamentos e ações fraternas na amenização dos males que afligem os irmãos.
      Poderíamos nós sentirmos na pele o que Cristo buscou sentir, desde o Seu nascimento até Sua morte na cruz?
      Precisamos buscar incessantemente, não comemorar o nascimento, mas sim a vida de Cristo aqui na terra e descobrirmos em suas ações a razão da vida.
      Precisamos refletir, meditar, para dos sentimentos e palavras partirmos para as ações.

Publicado no JCN em dez/2002

Vampiromania

      É fenomenal como a mídia consegue mexer com todas as camadas sociais brasileiras. A Rede Globo principalmente consegue mudar costumes, alterar o ciclo normal da vida dos cidadãos. A publicidade em cima desta nova novela demonstra claramente tudo isto.
      O que não podemos explicar é o porque que este poder não é usado para desenvolvimento de movimentos de ajuda social. Estes grandes da mídia estão sempre acima do bem e do mal e vampirizam, sugam o sangue do trabalhador brasileiro, através da escravidão do conformismo, que é amplamente divulgado.
      Nos últimos meses chegaram ao cúmulo de darem espaço gigantesco de defesa a um artista que não tem mais como fugir de sua implicação com a tráfico. Será que um inocente teria este espaço? Tenho absoluta certeza que não.
      Qual a saída? Levar tudo na esportiva, na alegria, não esquentar muito e aproveitar o bom humor como o do Casseta & Planeta para nos divertirmos. Abaixo alguns cartuns do site Cassetaeplaneta.com.br.

Publicado no JCN em ago/2002

Estudar... Estudar... Estudar.

      O sentimento de amor que possuo por Apiúna me trouxe uma alegria muito grande ao ver o número de apiunenses, jovens, crianças e adultos que hoje freqüentam os bancos das escolas e universidades.
      Dois mil e quinhentos (2.500) alunos. Número este superado rapidamente já no mês de janeiro pela rede estadual e municipal em Apiúna, quando ainda o fechamento das matrículas não havia sido realizado. Trinta por cento da população apiunense estudando já seria fantástico, mas ainda falta os mais de cem (100) alunos que freqüentam o terceiro grau, faculdade.
      Apiúna pode orgulhar-se de seus filhos que buscam por um ideal de vida com cultura e conhecimento para que no caminho, logo ali na frente, não percam-se de seus sonhos e realizações. Esta geração de nível cultural privilegiado que está surgindo também saberá ser grata a este momento presente tão especial que vive.
      As empresas e o poder público bancando parcela considerável dos valores das mensalidades dos universitários, transporte totalmente gratuito, para todos os níveis, e cada vez mais de qualidade é um dos pontos básicos deste acontecimento. A Secretaria do Município da Educação e do Desporto voltada a projetos educativos e culturais. A maior escola do município, E. E. Básica São João Bosco, desenvolvendo projetos voltados à valorização da vida do aluno, com o projeto amigos da escola trazendo, para dentro da família São João Bosco, festivais e ações de ótimo nível e agora a oficina de teatro para alunos do ensino complementar (2º grau), é o outro detalhe indiscutível para o sucesso.
      Sabemos que um dos passos iniciais deste caminho foi à nucleação das escolas que oportunizou a todos o mesmo nível de educação, tanto na cidade como no campo, união de todos em prol do mesmo objetivo, o outro grande e decisivo passo.
      Agora só resta aproveitar muito estas oportunidades que chegam a passos largos. Estudar e estudar muito é a forma de agradecer, para depois com um sorriso brilhante nos lábios poder bradar a conquista dos objetivos.

Publicado no JCN em fev/2002

Ano novo...

      Como diz o ditado “ano novo, vida nova, mas os mesmos velhos costumes”. Findamos o primeiro ano do milênio cheio de crises econômicas, guerras pelo mundo inteiro, nosso vizinho à Argentina vivendo momentos de dificuldades extremas, nossos irmãos argentinos não deixando barato a corrupção de seus governantes. O povo argentino está nas ruas mostrando para todo o mundo a sua miséria, a sua fome.
      Aqui no Brasil passamos por várias crises tão graves ou mais, do que esta do vizinho, mas não reagimos. Fomos roubados pela senhora Zélia Cardoso de Melo e pelo então presidente Fernando Collor de Melo e não tivemos reação nenhuma.
      Agora os homens de confiança de Fernando Henrique Cardoso nos roubam abertamente todos os dias e continuamos inertes, sem reação. A mídia, principalmente a TV, que é o maior veículo de comunicação de massa existente, se omite da responsabilidade de manter viva a memória deste povo que sofre. Sofre muito, não pensem que no Brasil não tem fome igual a da África. Não pensem que a miséria daqui é diferente de acolá. Lalau, Jader Barbalho e também aquele senador metido a galã de novela que estava preso elegantemente vestido e lendo um livro, tomando sol e depois saiu em sua mercedes, liberado que foi pela justiça, para viver em liberdade, desfrutando seus milhões de nós roubados, Senador este que nem mais lembro o nome, pois saiu das páginas policiais. Todos estes, podemos observar, são homens de alto escalão do Congresso e do Poder Judiciário brasileiro. Observamos também que até agora ninguém viu ou ouviu falar na devolução dos milhões roubados. Estranho não!...
      O Presidente fala em integridade, mas não age, se omite da responsabilidade.
      O Presidente José Sarney na década de oitenta desviou milhões do INPS para salvar a economia brasileira. Nunca devolveu. Fernando Collor fez o mesmo. Não devolveu.
      Agora o Governo alega não ter dinheiro para os aposentados, mas cadê o dinheiro que foi tomado de assalto pelo próprio Governo dos cofres da previdência?
      Fernando Henrique Cardoso nosso digníssimo Presidente da República salvou vários Bancos da quebradeira no início de seu mandato. Você sabia que aquele Banco, O Nacional, que foi investido mais de trinta milhões para ser saneado e vendido para o UNIBANCO, tinha como maior acionista uma nora do Presidente FHC?
       Pois é leitor, neste novo ano que se inicia as esperanças de mudanças são grandes, mas a história mostra o contrário. Neste ano de eleições somos nós mesmos que podemos dar um basta a esta repetição histórica. Votemos conscientes da certeza de ter feito o melhor e que sejamos felizes...

Publicado no JCN em jan/2002

Santo do lugar não faz milagres...

      Realizei juntamente com a direção do jornal Médio Vale de Timbó andanças pelos interiores de Apiúna para fotografar Igrejas e Capelas Católicas e luteranas. O objetivo deste trabalho é a divulgação dos movimentos religiosos que vieram juntos com a imigração européia para o Vale do Itajaí. As edições de 02 e 09 de novembro do jornal Médio Vale, mostra este trabalho.
      Ao passar por cada comunidade me aflorou a mente um antigo ditado que não sei a origem, mas que é de muita valia e veracidade “Santo do Lugar não faz Milagres”. Verifiquei que muitas e muitas pessoas de nosso município viajam quilômetros e quilômetros horas após horas para Orarem por um Santo ou Santa, para pedir uma graça, implorar por milagre pessoal ou até coletivo. Vi que muitas Capelas estão à mercê do tempo e de vândalos, janelas quebradas, sujas, mal cuidadas, desprezadas...
      O que existe de diferente entre um Santo que está numa Capela próxima de nós e um que foi colocado pelas mãos humanas numa Capela Igreja Basílica distante?
      Como podemos verificar todos acreditam no ditado, pois não existe diferença, o que existe é uma esperança de que o que está distante pode resolver nossos problemas. Isto ocorre rotineiramente em nossas vidas. Um profissional de excelente qualidade de qualquer área que seja, médico engenheiro veterinário comerciante professor padre, que próximo de você esteja não tem o valor que um que está distante e que nem comprovada qualidade possui.
      Precisamos e devemos incutir nas novas gerações que estão nos sucedendo que isto são atitudes impensadas. Precisamos e devemos deixar claro que tudo o que é nosso é melhor, porquê está ali, bem próximo de nós. Precisamos e devemos esclarecer aos nossos jovens que nem tudo que fazemos está certo, somos falhos como todos os seres naturais. Precisamos e devemos gritar bem alto que...
      “Nossa Comunidade faz parte de nossas vidas”
      “Que nosso Estado é parte de nós”
      “Que o Brasil é Brasil e que nós possuímos excelentes qualidades e não necessitamos copiar ninguém!!!”

Publicado no JCN em nov/2001

Salto Pilão

      Miguel Deretti em seu livro “Apiúna em Meus Apontamentos” editado no ano de 1970 dizia o seguinte: “Salto dos Pilões Formidável cascata, exibindo um potencial de milhares de kilowatts à espera de algum empreendimento de vulto”.
      Esta era a visão de um cartorário a mais de trinta anos vislumbrando um grande futuro para a região.
      Passados todo esse tempo surge o empreendimento sonhado. Usina Hidroelétrica Salto Pilão que produzirá aproximadamente 180 Megawatts (180.000 kilowatts) de energia para dar equilíbrio à rede elétrica da região. Um projeto com pequeno impacto ambiental, pois seu lago abrangerá apenas dois hectares. A água será coletada por um duto de seis quilômetros de extensão por 5 metros de diâmetro chegando na localidade de Subida onde será construída a casa de força.
      O projeto da Usina Salto Pilão é considerado um dos projetos modelos no que tange a impacto ambiental, pois seus dutos percorrerão a maioria do trajeto embutidos (subterrâneos) nas montanhas. Sua chaminé de impacto também estará embutida na montanha.
      O projeto contempla valores para recuperação ambiental no Rio Itajaí Açu nos municípios de Apiúna, Lontras e Ibirama.
      Os municípios estão desenvolvendo uma fundação para administrar estes recursos. Os municípios também receberão royalty referente à produção de energia, aproximadamente 27 mil dólares (70.000 reais) mensais.
      O projeto é complexo e não é minha intenção defini-lo aqui, mas é dar alguns esclarecimentos já que, algumas pessoas, grupos, vêm tentando impedir um projeto tão grandioso e importante para nossa região. Estes estão mais preocupados com sua própria sobrevivência econômica do que no povo da região ou na proteção ambiental que pregam. É só observar se estes ao desenvolverem seus projetos também não estão causando impacto ambiental...
      Claro que o empreendimento gerará alguns problemas, principalmente sociais, pois trará funcionários de fora para sua construção e todos os problemas que os acompanham. A população dos três municípios precisa ficar tranqüila, pois hoje possuem na pessoa de seus prefeitos, administradores competentes e experientes, preocupados com todos os detalhes do projeto e desenvolverão estratégias eficientes para resolvê-los.
      Portanto digamos sim a proteção ambiental, mas também sim ao progresso, ao desenvolvimento econômico e social.
      Salto Pilão Sonho do Passado Progresso no presente.

Publicado no JCN em out/2001

Globalização

      O homem através dos tempos sempre teve por instinto a dominação. A dominação dos mais fracos pela força, dos mais fortes pela fé. Através dos tempos os mais audaciosos foram aumentando suas fronteiras, ultrapassando as barreiras físicas e culturais de vários povos. A imposição de costumes e crenças levou as nações dominantes deste sistema heterogêneo que é a terra a tentarem dentro de uma “ficção utópica” a homogeneização dos povos.
      As conquistas tecnológicas, os sistemas de comunicação de massa transformaram os homens em escravos sem grilhões, escravos do consumo, cada vez mais dominados pelos grandes grupos econômicos internacionais.
      A globalização tão propagada neste século é uma conquista dos dominantes através dos tempos, desde os grandes descobrimentos com o desenvolvimento das navegações.
      A invasão dos lares diariamente, pela informação globalizada, levou alguns povos com costumes e crenças bem diferentes dos ocidentais, a tentarem se fechar dentro de sua própria cultura. Para estes povos mudanças em suas culturas seria o mesmo que a destruição.
      Dentro de um pensamento mais radical estes povos sacrificam suas vidas em benefício de suas culturas de sua fé.
      O mundo ocidental trata a globalização como uma imposição de mercado, costumes e crenças ao resto deste globo que é a terra.
      A imposição de mercado é uma necessidade de todos, já que todos os povos sem exceção, sempre buscaram novos horizontes mercadológicos. Será que os povos buscaram novos horizontes dentro de seus costumes e crenças? Será que os meus costumes e crenças são melhores do que os dos outros?
Os mais fortes, os dominantes impuseram sua fé, seus costumes sobre os demais, mas a fé é como uma chama que mesmo depois da fogueira destruída sobrevive debaixo das cinzas em pequenas centelhas que a menor brisa podem gerar uma nova e grande fogueira.
      Como podemos nós ocidentais condenar povos por suas “crenças estranhas” por seus costumes exóticos, se nós endeusamos atletas só por estes nos trazerem um pouco de alegria num simples final de semana através de um gol.
      A manutenção das culturas individualizadas a cada região é necessária para que os conflitos entre os povos sejam aos poucos findados.
      A globalização não pode ser usada como desculpa para destruirmos culturas diferentes das nossas, deve ser usada sim como arma para a paz duradoura. Para que os homens vivam dentro de sua fé, mas dentro do respeito que é peculiar a irmãos.

Publicado no JCN em set/2001

Um Sucesso!..

      Esta é a única consideração que podemos fazer sobre o primeiro festival interescolar da canção de Apiúna. Com a presença de nove escolas básicas estaduais da coordenadoria regional de Ibirama e com dezenove apresentações diversas encantou as mais de quinhentas pessoas presentes.
      Sem ser divulgado como devia o festival caminhava para o insucesso devido à falta de inscrições. A preocupação da Comissão Organizadora da Escola de Educação Básica São João Bosco era enorme, mas eis que em cima da hora apareceram as inscrições e na data tão esperada o show. Crianças e adolescentes divididos em categorias de primeira a quarta séries, quinta a oitava e segundo grau demonstraram todo os seus talentos em interpretações excelentes deixando claro que a oportunidade gera novos e grandes talentos.
      Dentro desta meta de oportunização não pode-se deixar escapar este elo de ligação cultural entre o povo e as instituições educacionais, necessita-se portanto que novas iniciativas continuem a trilhar este caminho e que venham, o I Festival Interescolar da Poesia e também o do teatro mas agora incluindo as escolas municipais desta mesma região, expandindo assim este universo de talentos encobertos pela falta de oportunidades.
      Que sejam lançados concursos para a escolha dos símbolos entre estas mesmas instituições de ensino elevando mais ainda o grau de estímulo entre os alunos para que o sucesso do pintinho cantor se eternize até este se tornar um galo famoso.

Publicado no JCN em ago/2001

Eu sou contra...

      Existem pessoas que não importa a situação, o lugar e nem tão pouco o porquê das atitudes, coisas, estão sempre se opondo a tudo. Uma demonstração simples, da falta de cultura destes que vêem na contrariedade, a facilidade não encontrada na concordância e na ajuda para realizar.
      Cidades pequenas como as nossas aqui da região é que possuem a maior demonstração do “sou do contra”.
      Uma simples realização como o Café da APAE, onde pessoas voluntárias abdicam de suas famílias, do pouco tempo ou nenhum que possuem, para colaborar. Trabalham vários dias em prol do evento. No dia contribuem como qualquer outra pessoa com o valor estipulado de colaboração. O valor é elevado para um café? A pessoa que participa não está pagando para tomar um café colonial ou assistir a um desfile e sim está colaborando com uma grande causa que é o atendimento as crianças especiais. É tão difícil manter uma instituição como esta, que a maioria dos municípios nem a possuem. E aí aparecem aqueles de sempre atirando críticas para todos os lados, críticas descabidas de uns poucos, mas sempre dos mesmos opositores verbais de que - “onde já se viu, que valor absurdo - Isto é uma forma de comerem o dinheiro do povo.” Infelizmente estes freqüentaram e muito os bancos das escolas e até mesmo da universidade, mas não adquiriram cultura alguma. Cultura não se adquire apenas nos bancos da escola, mas na vivência familiar, comunitária. O espírito comunitário é a maior forma de manifestação cultural que conheço. Estas pessoas se alto proclamam oposição política a uma administração, ao governo, na realidade são apenas pessoas mesquinhas que só pensam no seu lucro pessoal, financeiro ou político, tentando ingrupir o povo.
      Existe solução para esta situação?
      A única forma que vejo para acabarmos com estes aproveitadores de situações é ignorar. Ignorar estes indivíduos é uma forma violenta de extirparmos este mal de nossa sociedade. Não podemos e não devemos dar nenhuma chance a estes de tirarem proveito de situações onde poucos, pouquíssimos dão sua parcela de contribuição.
      A conscientização popular quanto aos seus próprios problemas comunitários é a outra grande solução.
      “Somos a favor do bem, das realizações” esta deve ser nossa postura.

Publicado no JCN em jul/2001


Ailton Carlos Coelho
nascido em 21 de agosto de 1959
na cidade de Apiúna - SC,
Graduado em
Publicidade & Propaganda,
Pós-graduado em
Gestão e Planejamento
de Eventos Turísticos,
e editor dos Jornais JCN e Parole.

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