sábado, 7 de fevereiro de 2009

Tempo para Mudar

      Mudar implica em renúncia. Mudar implica, muitas vezes, em mudar a direção. A direção dos passos, a direção dos atos.
      Talvez seja essa a maior dificuldade de nós mortais. Apegamo-nos demais ao passado e deixamos de viver o presente com medo do futuro. Buscamos seguir os dogmas que nos impõe a cultura, a fé, e esquecemos de pensar, de analisar os fatos, e de tomarmos as decisões necessárias, para que possamos viver em sociedade harmonicamente.
      Informaram-nos que os alemães cometeram genocídio durante a segunda guerra mundial, e que o holocausto aconteceu durante esta sangrenta guerra, e foi praticado contra os judeus. Os líderes do exército alemão foram condenados a morte por crime de guerra. Agora vivemos momentos de guerra no Oriente Médio, onde Israel invadiu nação vizinha e quase dizimou a população, e entre os mortos dezenas de crianças, mas agora não foi genocídio, foi uma ação de defesa e de soberania. Os Estados Unidos da América realizam ataques periódicos contra vários povos, "pois são os guardiões da democracia mundial", mas se são atacados com estilingue, estão sofrendo atos terroristas, e atos terroristas precisam ser respondidos com força (toneladas de bombas). Mesmos atos, mesmos fatos, mas análises e julgamentos diferentes.
      Simples ocorridos em pequenas sociedades como a nossa, também demonstram as desigualdades. Veja só: Uma mulher que dedicou sua vida a ajudar o próximo, participando ativamente da Igreja, é afastada por ter um companheiro e não estar casada na Igreja. Mas a mesma Igreja concede a 2 políticos, que não possuem a benção da Igreja em suas respectivas uniões, o privilégio de Comungarem do Pão e do Vinho no Altar.
      Chegou a hora da mudança. A hora de enxergarmos com os mesmos olhos lá e cá. Pois o que nos acomete, acomete também nosso vizinho. O que dói em nós e nos nossos filhos, dói também no filho do vizinho.
      As leis foram feitas para todos cumprirem, e portanto, os interesses pessoais não podem prevalecer sobre os interesses de toda a coletividade.

Dever cumprido...

      Mais um período foi cumprido, um período agitado, conturbado. Nós apiunenses vivemos, convivemos, momentos envoltos em escândalos políticos, fatos lamentáveis, desagradáveis: denúncias e mais denúncias de ilicitudes.
      Durante todo este período o JCN se manteve firme e forte defendendo sempre no que acreditava, buscou mostrar ao leitor a veracidade dos fatos através de documentos, provas, mas mesmo assim a batalha foi perdida. Não a batalha de homem contra o homem, mas sim a batalha da ética, da verdade, da honestidade.
      Todo final de ano nos é dado um momento de reflexão. Além dos motivos Cristãos, existem outros: as férias coletivas e as reuniões familiares. Aproveitemos portanto estes momentos para fazermos um balanço de tudo o que vivemos, e dos erros que cometemos. Estes são momentos muito importantes para recordarmos de todas as pessoas que prejudicamos, quando resolvemos, através do voto, manter uma administração pública, que mantém sobre ela muitas dúvidas e comprovações de improbidade. Esta é a hora de recordarmos, de que por benefícios pessoais, e somente por eles, prejudicamos toda uma comunidade.
      Mas neste final de ano não devemos só nos atermos em identificar nossos erros, e nem aproveitarmos o momento para pedir a Deus por melhoras em nossas vidas e benefícios pessoais aos políticos. Devemos sim pedir perdão pelos erros cometidos. Perdão, por deixarmos que espertalhões nos iludissem, aproveitando-se do nosso egoísmo, da nossa ganância.
      Egoísmo, este amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios. Este exclusivismo que nos faz acreditar que somos o centro das coisas. Este sentimento incontido que nos leva a achar que nossa conduta de ganância é correta. A ambição desmedida não é e nunca será o meio certo, correto de alcançarmos a nossa realização econômica.
      Imaginamos, que estes que hoje estão em cima do muro, ou que já saltaram para o lado que detém o poder, amanhã voltarão a escalar este mesmo muro para novamente buscar posicionamento, um posicionamento de benefícios pessoais.
      O JCN participou ativamente de todo este processo político vivido nos últimos 4 anos, e hoje o sentimento é de frustração. Frustração por que a justiça não foi feita, e para comprovarmos de que a justiça não foi feita, basta olharmos para o pequeno mundo que nos cerca. Cheio de sujeira, e de pessoas enriquecendo ilicitamente ou melhor dizendo: sem motivo aparente. Esperamos que em 2009 alguns dos moradores das proximidades do futuro centro de eventos, não venham utilizar as páginas deste veículo jornalístico para denunciar excesso de barulho.
      Esperamos que estes poucos convivam com o mal que este centro fará ao ser construído no centro da cidade, e que o proprietário que hoje se beneficiou com o alto valor da venda, não se mude do local em que mora hoje. Que aceite com resignação, o mal que será produzido aos seus ouvidos.

Um golpe chamado “Crise”

      Provavelmente todos já ouviram uma história igual ou parecida, mas mesmo assim vou repetir.
      “Um vizinho observava o outro. Via que a cada dia que passava seu vizinho ficava mais rico, mais próspero. Não conseguia entender, trabalhava tanto, mas não prosperava. Não tinha sorte. Pensou muito, mas muito mesmo, e decidiu que ia tomar uma atitude. Passou a espalhar um boato, um boato que o mundo ia atravessar a maior crise da história e que todos deveriam economizar, pois tudo que fosse investido poderia fazer falta. E assim ocorreu. Seu vizinho não trocou mais o carro, não reformou a casa e nem fez viagens de passeio. Tudo ocorreu como o planejado. Se ele não podia comprar carro novo e nem viajar, por que o vizinho tinha de fazê-lo?”
      Hoje o mundo vive uma crise que parece história de vizinho. Um vizinho da América do Norte atravessa conturbada crise econômica e militar, e resolve que todos tem de passar pela mesma crise. Encarregou os maiores especialistas do mundo, em economia, para confirmarem as notícias. Os banqueiros que jamais caem nestes contos, boatos, aproveitaram a corrente. E lá os juros foram às nuvens. Os especuladores logo se manifestaram e o boato atingiu toda a terra.
      “Se o maior especialista econômico do mundo falou, então é verdade.”
      O João e José que moram lá onde o diabo perdeu as botas, mas têm uma antena parabólica, também ouviram o boato. João diminui a plantação de milho e feijão para não perder as sementes, pois se a crise é braba assim mesmo, não ia conseguir vender sua produção. O Zé diminui o sal e a ração das vacas e o leite diminuiu, mas pra que tanto leite, as pessoas não tem como comprar.
      É, a crise existe mesmo!!!
      E desta forma o mundo vai se transformando. Os governantes, preocupados em não perderem espaços políticos, passam a agir como se a crise já tivesse atingido suas nações. Aumentam os juros e cerceiam o crédito. As instituições financeiras ganham muito, muito mesmo, mas aplicam tudo, tudo naquele vizinho lá da América do Norte. Aquele vizinho, feliz em se manter superior aos demais, passa a aplicar tudo o que arrecada para gerar riqueza interna. Imprime milhões e milhões em cédulas e é o primeiro a dar sinais de que: “A crise é passageira”.
      Infelizmente aqueles vizinhos lá do outro lado do oceano não conseguirão atravessar essa crise.
“Mas os problemas deles não são de agora. Os problemas deles são devidos suas guerrilhas internas. Por que não param de guerrear para que possamos enviar ajuda?”
      Que ajuda?
      O que vemos é um vizinho arrogante que utiliza bilhões de dólares para ajudar banqueiros ultra milionários, e deixa os povos africanos passando fome, ilhados, num mundo onde uma formiga é uma riqueza imensurável.
      Mas a crise? Ela está aí... Mas vai passar.

Transpondo obstáculos

      Em 25 de janeiro de 2007 circulava a primeira edição do Jornal Parole, que era criado com um lema: “Um jornal a serviço de Ascurra. Palavras a serviço da notícia”.
      Lembro que um dos empresários, presente ao lançamento do jornal, comentou sobre o quão pouco duraram outros jornais e periódicos que por aqui passaram.
      “Outros dois jornais já realizaram, aqui na Sociedade Sete, o lançamento de sua primeira edição, e todos já acabaram.”
      Fiquei imaginando o porquê do encerramento destes veículos de comunicação. Por que em Ascurra as coisas surgiam, até mesmo antes de outras cidades, mas logo acabavam. E descobri do pior jeito possível. Descobri sofrendo na própria pele o porquê.
      Muitos empresários de Ascurra preferem divulgar seus produtos em veículos de outras cidades, mas não dão a oportunidade de que aqui surja uma nova empresa bem sucedida. Até a administração pública nos anos de 2007 e 2008 preferiu anunciar em jornais que possuem 50 ou 60 assinantes na cidade, do que em um que é distribuído gratuitamente, e em toda a região.
      Senti que, o que mais incomoda algumas pessoas é o sucesso das outras.
      Se eu não posso ter, ele também não terá. Felizmente hoje, o Jornal Parole segue firme e forte. Dois anos de existência e graças a pessoas que confiaram em nosso trabalho. Muito obrigado a direção das empresas: LDL Turismo, Funerária Médio Vale, Caminhões Dalçóquio, Trilha Natural, JHC Esportes, Artefatos de Cimento Dante Zonta, Julyagro, CDL, Contabilidade Berkembrock, Restaurante e Lanchonete Mania, Simes Corretor de Imóveis, Big Sound, Colégio São Paulo, Móveis e Decorações Ascurra e Super Princesa.
      Obrigado a todos que colaboraram para estes dois anos de sucesso e informação.

Novo Começo

      Terá início em primeiro de janeiro um novo período administrativo municipal. Após longo período de idas e vindas dos mesmos, uma nova liderança assumirá os destinos de Ascurra.
      A cidade de Ascurra, que em um passado remoto gerava ciúme nas cidades vizinhas, por sua organização e boa urbanização, hoje vive momentos de desleixo. O momento político brasileiro não é o ideal nem o propício para grandes ações, mas com criatividade e boa vontade a nova equipe, que virá junto com o novo prefeito, poderá sem mudar os destinos de Ascurra, e fazer com que a cidade cresça, se desenvolva, e busque espaço no cenário regional.
      A única dúvida que paira sobre nossas cabeças é de que possam existir pessoas, nesta equipe, mais preocupadas com os seus próprios interesses, do que com os interesses coletivos.
      Esperamos que o novo prefeito se mire nos municípios vizinhos, para saber o que não fazer, pois dos lados, está cheio de maus exemplos de péssimas administrações, mostrando como é fácil cometer improbidade e não ser punido. Como é fácil mudar a vida econômica dos seus com o erário público.
      Portanto, o próximo prefeito terá de desenvolver um sistema de fiscalização interna, não deixando de fora deste controle nem o mais próximo amigo, pois só assim conseguirá entrar para a história desta terra: Não como o salvador da pátria, mas como o empresário de sucesso que conseguiu também ser um grande político.


Ailton Carlos Coelho
nascido em 21 de agosto de 1959
na cidade de Apiúna - SC,
Graduado em
Publicidade & Propaganda,
Pós-graduado em
Gestão e Planejamento
de Eventos Turísticos,
e editor dos Jornais JCN e Parole.

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