quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O limite

      Sinceramente não consigo acreditar que ainda existam pessoas ingênuas, sem malícia, puras e inocentes, ao ponto de podermos compará-las com os caboclos, escravos, que quando saíram libertos dos engenhos e das fazendas, nada sabiam, nada conheciam.
      Em tempos onde a comunicação de massa atingiu a todos, até nos mais distantes rincões, não há espaço para pessoas que acreditem em “Coelho da Páscoa” ou em “Papai Noel”. Não há espaço para pessoas que não assumam a posição de cidadãos, a posição de quem sabe o que quer e que busca o melhor para si e para os seus, sem esquecer da comunidade.
      Não consigo acreditar que alguém possa cair no golpe do “cartão premiado”, na compra de um carro novo mais barato que na agência de veículos, ou em qualquer outro “conto do vigário”.
      Acredito sim que as pessoas erram, caem em contos e são iludidas, mas não por ingenuidade, mas devido a ganância, devido estarem tentando tirar proveito da situação, tentando serem mais espertos do que os outros. Achando que o outro ou os outros são burros.
      A falta de inteligência, a asnice, a estupidez, a burrice, está em quem se acha mais esperto do que os outros. Naqueles que querem tirar proveito das situações e lucrar diante de qualquer situação.
      O que leva estes otários a fingirem ingenuidade?
      Penso que seja a possibilidade, mesmo que mínima, de tirarem proveito da situação. Na dúvida que paira sobre a cabeça destes, de que o outro pode estar mesmo dividindo os lucros de uma ação antiética ou fraudulenta.
      Mas qual é o limite entre a ingenuidade e a burrice?
      Uma incógnita para uma tese de mestrado.

Que saudade...

      Lembro quando criança do seminário do Verbo Divino que existia em Apiúna, das tardes de sábado que juntos com outras crianças brincávamos após a catequese.
      Lembro das Irmãs Catequistas que ensinavam tudo, até mesmo como fazer uma privada.
      Lembro do Colégio São Paulo sempre aberto aos jovens, onde em finais de semana jogávamos voleibol, frescobol, ping-pong.
      Lembro dos Párocos das Igrejas sempre dedicados aos necessitados e as causas justas.
      Lembro dos corais populares envolvendo jovens e adultos.
      Lembro das manhãs de domingo e das Igrejas lotadas.
      Lembro dos sábados e domingos, onde após a Missa, todos se reuniam para conversar, brincar e namorar.
      Lembro-me muito bem de que tudo era envolvido pela religião. Tudo era dentro dos preceitos religiosos e da dedicação a comunidade.
      Lembro das grandes festas de Igreja, da Festa de São João, onde a comunidade voluntariamente trabalhava, buscando o bem da comunidade.
      Não lembro jamais de ter conhecido Padres, que mesmo com todos os seus defeitos, tenham deixado a comunidade sem atenção.
      Que saudade dos tempos onde os interesses da comunidade vinham em primeiro lugar, onde os problemas pessoais, talvez menores, ficavam dentro de casa, e as comunidades viviam tempos felizes e tranqüilos.
      Que saudades...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Descanse em paz.

      Há muitos anos, muito antes de Apiúna tornar-se município, muitas pessoas lutavam por ideais sociais e políticos, até que um dia Apiúna tornou-se município. Muitos analistas declararam que, entre todos os municípios emancipados, Apiúna era o que se encontrava em pior situação, devido ser muito grande territorialmente, e muito pobre economicamente:
“Não conseguiria sobreviver, dependeria do FPM”.
      Os apiunenses vislumbraram apenas a oportunidade de seguir novos caminhos, pois viviam um momento de grandes feitos administrativos de seus representantes políticos, pois mesmo tendo sofrido com as enchentes, crescia. O povo escolheu seu primeiro prefeito, e este deu início a uma nova era de desenvolvimento e riqueza. Diferentemente do que falaram, Apiúna passou a ser administrada com seus próprios recursos.
      Mas, mesmo Apiúna vivendo momentos de crescimento e melhoria da qualidade de vida, um pequeno grupo, derrotado nas urnas por 4 vezes, não parou de jogar pedras. Desrespeitaram todos que buscavam, através de muito trabalho voluntário, construir uma Apiúna melhor. Tudo era mostrado como ação da “elite” ou a mando de um “coronel”. Mostravam ao povo, cego pela inveja, que tudo não passava de exibição e roubalheira.
      Hoje estão no poder. Os derrotados nas urnas durante vários anos se encostaram no poder. Os sanguessugas passaram a tirar proveito de tudo o que puderam do bem público. Tudo que imputaram as antigas administrações passaram a realizar, e de forma explícita, descarada. Passaram a agir como se tivessem a certeza da impunidade.
“Quem não tem telhado de vidro que atire a primeira pedra...”
      É, o telhado deles é de vidro fino, e agora está se rompendo, pois os que durante muitos anos buscaram o melhor para Apiúna, não descansaram.
      Basta andar pelas ruas, lugares, observando, que você ouvirá vozes gritando, clamando por justiça, e isto não é só uma questão de opinião, são fatos, e contra fatos não há argumentos, pois
“...eu quero ver quem é capaz de fechar os olhos e descansar em paz..”
sem nada ter feito para melhorar o futuro dos seus.


Ailton Carlos Coelho
nascido em 21 de agosto de 1959
na cidade de Apiúna - SC,
Graduado em
Publicidade & Propaganda,
Pós-graduado em
Gestão e Planejamento
de Eventos Turísticos,
e editor dos Jornais JCN e Parole.

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