terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Minha Culpa...

      E m 1998 fui convidado a participar de uma audiência pública para análise do RIMA – Relatório de Impacto Ambiental da Usina Salto Pilão. Muita bobagem lá foi dita por pessoas que pensavam somente em benefícios próprios. Uma luta foi travada entre ambientalistas, políticos e empresários, cada um puxando para o lado de seus interesses.
      Preliminarmente foi realizado uma licitação pública, pelo Governo Federal, para decidir qual empreendedor seria o responsável pelo projeto.
      A partir daquele momento, 2002, uma batalha entre os interesses do Consórcio vencedor da licitação e os poderes públicos de Apiúna, Lontras e Ibirama, foi iniciada. Queriam utilizar tudo e não dar nada em troca. Queriam trazer durante vários anos ônus, sem nenhum bônus. Então um Consórcio Intermunicipal foi formado. Muito se discutiu até que o Consórcio aceitasse realizar obras de compensação de mais de R$1.402.000,00 (um milhão, quatrocentos de dois mil reais), com projetos definidos em valores da época, o que hoje seria um valor muito, muitíssimo superior. Segundo o responsável pelas discussões e projetos da Usina, os projetos poderiam sofrer somente pequenas alterações, pois os mesmos passariam pela aprovação do BNDES, onde os recursos seriam alocados.
      O Governo do Estado colocou a FATMA como responsável para exigir que estas contrapartidas fossem atendidas, e que as ações obrigatórias e necessárias, devido ao aumento das demandas, não fossem deixadas de lado. Um documento com mais de 200 páginas foi redigido. Neste documento constavam as exigências do município de Apiúna.
      O que vemos hoje são várias alterações, e que só trazem benefício ao Consórcio e a atual administração, sem nenhum benefício aos cidadãos.
      A Usina era para trazer benefícios, mas tudo que foi acordado e tudo o que o responsável pelas negociações, Vitor Hugo, falou e afirmou não tiveram valor.
      Muito lutei pela vinda desta Usina, mas terei de ficar com meus pesadelos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Viseira de...

      Enquanto nos preocupamos com nosso trabalho, nossa família, fechados em um pequeno mundo que idealizamos, ou até mesmo que nos foi imposto, lá fora o tempo, a vida, passa velozmente, deixando marcas profundas.
      O tempo é voraz, passa mesmo que não queiramos, e o mundo se transforma, se deforma, de maneira a não nos permitir mais voltar atrás. A maldade se prolifera enquanto os bons esperam um milagre divino, ou se fecham na busca de proteger os seus, na esperança ou confiança de que o mal jamais os afetará.
      Será que a maldade, as amarguras, as intempéries da vida não afetam os bons?
      Com o mundo cada vez mais aproximado pelos meios de comunicação, nos damos conta que lá no oriente, lá na europa, ali em São Paulo, aqui em Santa Catarina, acontecem fatos marcantes nas vidas de muitas famílias. E cada vez mais perto de nós.
      Mas com a minha família isso não acontecerá!
      Homens e mulheres de bem, por um descuido ou até mesmo pelo estresse que a vida moderna impõe, acabam por ocasionar um acidente fatal ou de grande repercussão.Imediatamente chega àquela família a punição da alma, mas mais friamente a constatação de que foi enquadrado pelas leis como agente de um crime doloso: “Ele sabia dos riscos que estava correndo e por isso ele teve intenção de matar”. Um simples trabalhador, trabalhadora, acaba por detrás das grades deixando sua família desamparada, destruída.
      Mas a lei é para todos?
      Depende, pois se você tiver um sobrenome famoso, pertencer a uma família tradicional, e ou possuir muito dinheiro, talvez a lei seja utilizada com menos rigor. Basta atentar para o que aconteceu em São Paulo. “Jovem de classe média alta invade avenida, bate em canteiro, invade a pista contrária e acaba dentro de um posto de gasolina. Tenta fugir, é detido pelos funcionários do posto, pois um colega está quase morto. O jovem estava bêbado e possuía, no interior do veículo, vários frascos de lança perfume, estava em altíssima velocidade, mas não teve a intenção de matar ninguém. Coitado é jovem, tem apenas 19 anos, esta na faculdade de direito, e seu crime é apenas culposo.” Saiu livre em alguns minutos.
      Será que fechados em nosso mundo particular isso não acorrerá conosco um dia? Será que estamos imunes a inoperância da lei, as deformações das leis?
      Está na hora de tirarmos a viseira que nos cega para os problemas comuns, de buscarmos juntos, aglutinados, a força para que as leis sejam iguais e igualmente aplicadas para todos os casos, sejam os infratores pobres, ricos, negros ou brancos.
      Reagir é a solução.


Ailton Carlos Coelho
nascido em 21 de agosto de 1959
na cidade de Apiúna - SC,
Graduado em
Publicidade & Propaganda,
Pós-graduado em
Gestão e Planejamento
de Eventos Turísticos,
e editor dos Jornais JCN e Parole.

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